Em processo de insolvência desde Dezembro, o grupo Ricon, que detém oito empresas e a rede de lojas Gant em Portugal, vai cessar operações a partir desta semana. Segundo o DN/Dinheiro Vivo, a liquidação é a única solução para o administrador de insolvência.
Hoje de manhã os trabalhadores da fábrica de Famalicão, em reacção à notícia que estavam a receber cartas de despedimento em casa, pararam a produção e concentraram-se à porta. Números avançados pela comunicação apontam 600 a 800 trabalhadores afectados.
As cartas afirmam a cessação do contrato, dispensando a presença no local de trabalho a partir de terça-feira, e vinham acompanhadas com a documentação necessária para o subsídio de desemprego.
Segundo o DN, os trabalhadores afirmam que foram contratados seguranças e que só têm o dia de hoje para recolher os seus bens. Apontam que «os trabalhadores das lojas receberam indicação para recolherem todas as chaves e entregarem-nas hoje», além de que «têm de ir buscar os seus pertences aos cacifos porque amanhã nada estará aberto».
Com uma dívida a rondar os 32 milhões de euros a continuação da actividade estava dependente da «boa vontade» da Gant, que representava cerca de três quartos da facturação do grupo. O azedar das relações entre a Ricon e a sua principal parceira ditou o fim, tendo esta recusado qualquer hipótese de reestruturação, afirmou o administrador de insolvência atribuído.
Em causa está o fracasso completo das negociações com a Gant, complementado pela redução do número de encomendas e a sua exigência do pagamento imediato da totalidade da dívida relativa ao negócio do retalho, o qual a Ricon detém em Portugal, com 20 lojas da marca.
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