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Greve de 3 dias na ERSUC para denunciar a «degradação das condições de trabalho»

A ERSUC, que faz a recolha de resíduos no Centro, servindo perto de um milhão de habitantes em 34 municípios, enfrenta uma greve nos dias 24, 25 e 26 de Abril. Trabalhadores querem aumentos salariais e fim da precariedade.

A ERSUC, empresa de recolha de resíduos urbanos, localiza-se no Litoral Centro de Portugal, operando em 32 concelhos, incluindo Aveiro, Cantanhede, Castanheira de Pera, Coimbra,Estarreja, Figueira da Foz, Góis, Ílhavo, Lousã, Oliveira de Azeméis, Oliveira do Bairro, Ovar, Pedrógão Grande, S. João da Madeira e Vila Nova de Poiares, entre outros.
Créditos / Saúde Mais

Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN) aponta a exclusiva responsabilidade da administração da ERSUC - Resíduos Sólidos do Centro, por esta acção de luta. A decisão de avançar com três dias de greve «resulta do profundo descontentamento e da contínua falta de respostas concretas às exigências dos trabalhadores, cujo poder de compra se tem degradado nos últimos anos».

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Greve por melhores salários e direitos na FCC e na ERSUC

Na FCC, a greve decorre entre hoje e terça-feira; na ERSUC, a paralisação, inicialmente agendada para 10 e 11, terá lugar de 24 a 26 de Abril, após um «expediente» da administração, informa o STAL.

Piquete de greve nas instalações da FCC Environment Portugal em Marco de Canaveses, na madrugada de 7 de Abril de 2023 
Créditos / STAL

Em ambas as empresas de recolha de resíduos sólidos, os trabalhadores reivindicam a valorização dos salários, a dignificação das profissões e o respeito pela contratação colectiva, bem como «a urgência em travar a exploração, a precariedade laboral e a degradação das condições de trabalho», revela no seu portal o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL/CGTP-IN).

Responsabilizando as administrações de FCC Environment Portugal e de ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro pelas acções de luta, a organização sindical afirma que elas «resultam do profundo descontentamento e da contínua falta de respostas concretas às exigências dos trabalhadores, cujo poder de compra se tem vindo a degradar nos últimos anos».

Tendo em conta a «subida brutal dos preços dos bens alimentares, do custo com a habitação e da energia», a taxa de inflação, os baixos salários praticados nas empresas, assim como «o claro desinvestimento nas condições de trabalho», o sindicato defende a necessidade de «medidas imediatas de valorização dos salários» em todo o sector de resíduos e limpeza urbana.

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Trabalhadores da FCC em luta

Os trabalhadores da FCC Environment Portugal realizam durante os dias 26, 27 e 28 de Dezembro uma greve ao trabalho normal e suplementar, pela melhoria dos salários e das condições de trabalho.

Uma greve com uma adesão quase total. 
A greve de Agosto passado dos trabalhadores da FCC Environment Portugal teve 100% de adesãoCréditosDR / DR

Esta acção de luta destina-se a reivindicar, entre outras matérias, o aumento dos salários e das prestações pecuniárias em 10%, no mínimo de 100 euros, a actualização do salário mínimo na empresa para 850 euros, do subsídio de refeição para 9€/dia, a fixação do período de trabalho em 35 horas semanais e a atribuição e regulamentação de um Subsídio de Penosidade, Insalubridade e Risco.

O STAL (Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local) responsabiliza a administração da FCC Environment Portugal por esta greve, face à contínua falta de respostas concretas por parte da administração, a quem cabe encetar um processo negocial sério que, nomeadamente, uniformize as regras laborais para todos os trabalhadores, promova e garanta a valorização remuneratória, a dignificação profissional, a melhoria das condições de trabalho e o pleno respeito pelas normas de Segurança e Saúde no Trabalho.

Entretanto, o STAL chama ainda a atenção para os municípios que concessionaram este serviço público à empresa FCC e sublinha que as câmaras municipais de Marco de Canaveses, Lousada, Torre de Moncorvo e Vila Real não podem ficar indiferentes perante este quadro de dificuldades, nem continuarem a descurar a responsabilidade social que têm para com os trabalhadores e as populações dos seus territórios. O STAL considera ainda que as políticas destas autarquias são responsáveis pelo «inaceitável desinvestimento em equipamentos e, sobretudo, nos trabalhadores, que se vêm sujeitos a desempenhar tarefas penosa e insalubre sem as devidas condições laborais, e com baixos salários».

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Entre as reivindicações subjacentes à greve, contam-se: aumento salarial de 10%, num mínimo de 100 euros, para todos os trabalhadores; a implementação de um salário de entrada de 850 euros; um subsídio de refeição de nove euros por dia; o pagamento do Subsídio de Insalubridade, Penosidade e Risco.

Os trabalhadores da ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro e da FCC Environment Portugal vão também fazer greve: pela fixação do período de trabalho em sete horas diárias, 35 horas semanais e 25 dias de férias; pela fixação do trabalho nocturno entre as 20h de um dia e as 7h do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição mensal; pela valorização das carreiras e o fim dos vínculos precários; por melhores condições laborais e o respeito pelas normas de Segurança e Saúde nos locais de trabalho.

Greve na ERSUC «reagendada» para 24, 25 e 26 de Abril

A paralisação na FCC Environment, nos concelhos do Marco de Canaveses, de Lousada, Fafe, Vila Real e Torre de Moncorvo, abrange o período da Páscoa, entre hoje e dia 11. Na ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro foi inicialmente marcada para os dias 10 e 11, mas teve de ser suspensa, depois de – explica o STAL – a administração ter decidido atribuir tolerância de ponto na próxima segunda-feira, «sendo, curiosamente, a única empresa do Grupo EGF/Mota&Engil a fazê-lo».

A estrutura sindical diz estranhar a «repentina decisão da administração», que se torna «ainda mais "surpreendente" quanto a empresa invocou, em sede de Tribunal Arbitral, a necessidade de ter em actividade, nos dois dias da greve, um conjunto alargado de serviços e de trabalhadores para responder às necessidades "sociais impreteríveis" das populações abrangidas».

«A administração mudou agora radicalmente de opinião e, pelos vistos, a empresa já não precisa de trabalhar 24 horas por dia/sete dias por semana, para prestar o serviço público devido às populações», ironiza o STAL, afirmando que não é com estes «expedientes» que a administração da ERSUC vai conseguir desmobilizar a luta dos trabalhadores, que se mantêm «determinados e unidos» na defesa das suas reivindicações já nos dias 24, 25 e 26 de Abril.

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São os trabalhadores quem mais sofre com o «permanente "défice financeiro" no final de cada mês». Empurrados para uma situação economicamente difícil «e de particular fragilidade social», a convocatória de uma greve (neste caso, dias 24, 25 e 26 de Abril) era inevitável.

As reivindicação definidas pelos trabalhadores e o STAL passam por um «aumento salarial de 10%, num mínimo de 100 euros, para todos os trabalhadores, com retroactivos a Janeiro de 2023; a implementação de um salário de entrada de 850 euros; a actualização do subsídio de refeição e dos diversos subsídios e suplementos; a fixação do período de trabalho em 7 horas diárias, 35 horas semanais e 25 dias de férias», assim como o pagamento do Subsídio de Insalubridade, Penosidade e Risco, um direito que já está definido na Lei.

«A fixação do trabalho nocturno entre as 20h de um dia e as 7h do dia seguinte, compensado com um acréscimo de 25% da retribuição mensal; a criação e valorização das carreiras, bem como a progressão e promoção profissional, e a regularização das situações de vínculo precário», tal como a aplicação de melhores condições laborais e o respeito pelas normas de Segurança e Saúde nos locais de trabalho, são outras exigências dos trabalhadores da ERSUC.

«Está nas "mãos" da administração da ERSUC encetar negociações sérias e há muito reivindicadas com o STAL e os trabalhadores, que estão conscientes do impacto negativo desta paralisação junto das populações, mas que é, única e exclusivamente, da responsabilidade dos conselhos de administração das respectivas empresas».

A ERSUC, empresa de recolha de resíduos urbanos do centro de Portugal, abrange uma área de 7 mil km2 (7.9 % do território nacional), servindo uma população de aproximadamente um milhão de habitantes em 32 municípios, como é o caso de Coimbra, Figueira da Foz, Aveiro, Arouca ou Ovar.

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