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Greve na hotelaria e restauração do Algarve

Os excelentes resultados do turismo no Algarve beneficiam o patronato mas os trabalhadores de hotelaria e restauração cada vez tão pior. Estes não aceitam tal sorte. A 1 de Agosto partem para a greve.

Sector da hotelaria continua a crescer sem se reflectir em melhorias para os trabalhadores
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Em reunião realizada no passado dia 13 a direcção do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Algarve/CGTP-IN (Sindicato da Hotelaria do Algarve) decidiu convocar para o próximo dia 1 de Agosto uma greve regional para o sector da hotelaria, restauração e similares do Algarve e marcar, para o mesmo dia, pelas 16h, uma concentração dos trabalhadores em frente à sede no sindicato, na Rua Brites de Almeida, em Faro.

A notícia é dada em comunicado recebido ontem na redacção, no qual o sindicato adianta que a recusa do patronato do sector (AIHSA e AHETA) em proceder a «aumentos salariais que reponham o poder de compra perdido nos últimos anos e que promovam uma melhor distribuição da riqueza criada pelos trabalhadores» é a razão para esta decisão.

Os trabalhadores não podem aceitar «serem os únicos a não beneficiar dos excelentes resultados do turismo», nem verem os patrões «continuarem a querer diminuir e/ou retirar direitos já consagrados e continuarem a não respeitar a contratação colectiva e os direitos individuais e colectivos dos trabalhadores».

O Sindicato da Hotelaria do Algarve revela que o forte crescimento económico do sector do turismo, nos últimos anos, se tem revelado um pesadelo para os trabalhadores do sector «devido ao ao egoísmo dos patrões do sector e à política de direita dos vários governos», com uma repartição de riqueza «cada vez mais desigual e injusta» e «condições de trabalho e vida cadavez mais precárias». No mesmo documento em que chama os trabalhadores à luta o sindicato traça um quadro negro desta realidade: «os rendimentos e o poder de compra dos trabalhadores diminuíram devido ao bloqueio da negociação colectiva pelo patronato, a precariedade aumentou atingindo mais de metade dos trabalhadores, os horários foram desregulados e os ritmos e jornadas de trabalho aumentaram brutalmente, os quadros das empresas foram diminuídos resultando numa enorme sobrecarga de trabalho, aumentou o assédio, as pressões, as chantagens, a repressão e o ataque aos direitos individuais e colectivos dos trabalhadores, nomeadamente, à liberdade sindical e ao direito de actividade sindical no interior das empresas e locais de trabalho».

A direcção do SHA/CGTP-IN aproveita para expressar a sua opinião sobre a Proposta de Lei contendo alterações à Lei Laboral, de iniciativa do actual governo minoritário do PS e em discussão na Assembleia da República, a qual considera «inaceitável» e que, «a ser aprovada, acentuaria ainda mais a exploração».
 

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