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Greves na Visteon e Hanon Systems arrancam com elevada adesão

Os trabalhadores das fábricas da Hanon e Visteon, em Palmela, deram início esta segunda-feira a um conjunto de greves parciais, até 18 de Abril, por aumentos salariais e a uniformização dos turnos.

Piquete de greve dos trabalhadores da Visteon, 8 de Abril de 2019
Créditos / SIESI

Os pré-avisos de greve foram entregues pelo Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN), decorrente da decisão dos trabalhadores em avançar com os protestos, face à intransigência das administrações destas duas fábricas de componentes automóveis.

Entre as reivindicações, os trabalhadores da Hanon e da Visteon exigem aumentos salariais de 50 euros, a uniformização dos turnos de trabalho, passando cada um a ter oito horas, assim como a inclusão do tempo de refeição no período efectivo de trabalho e a reposição dos direitos relativos aos tempos das consultas médicas.

Em declarações ao AbrilAbril, Paula Sobral, dirigente do SIESI, afirmou que, em ambas as fábricas, registou-se uma «adesão muito boa» dos trabalhadores em cada uma das paralisações, de uma hora por turno ao longo do dia de hoje, o que obrigou a que grande parte das linhas de produção estivessem «completamente paradas».

Sobre a Visteon, a dirigente sindical sublinhou que, face à convocação da greve, a administração apresentou na sexta-feira um aumento salarial de 2,5% e 300 euros de prémio para todos. Porém, em vez de «desmobilizar a greve», em todos os plenários realizados a decisão tem sido para manter o protesto, com os trabalhadores a dizer que «querem mostrar o descontentamento à empresa e que não aceitam tal valor».

«Os trabalhadores rejeitaram a proposta da Visteon porque um aumento de 2,5% é visto como discriminatório. Um trabalhador que ganhe 570 euros (turno de seis horas) só recebe 14 euros, ou seja, quem ganha menos fica prejudicado face aqueles que ganham mais», explicou Paula Sobral.

Relativamente à Hanon Systems, cujos trabalhadores já tinham realizado em Março passado um protesto idêntico, a dirigente frisou que a administração manteve a sua «postura intransigente» quanto ao caderno reivindicativo e não avançou com uma nova proposta salarial.

Em resposta, Paula Sobral afirmou que a administração da Hanon optou por enviar um comunicado a dizer que ia, «pela primeira vez, negar ao SIESI um espaço dentro das instalações para a colocação de mesas de voto, a propósito das eleições para os orgãos sindicais que decorrem amanhã».

«É uma retaliação pelo facto de estarmos ali em luta, que de facto tem sido uma grande luta na Hanon», reiterou a dirigente, que acrescentou que tais acções da empresa não vão «intimidar ou desmobilizar» os protestos.

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