Os sindicatos da CGTP-IN estão a preparar a manifestação nacional de jovens trabalhadores que irá acontecer no próximo dia 27 de Março em Lisboa e no Porto. Parte da preparação passa por falar directamente com os trabalhadores e distribuir propaganda sindical nos locais de trabalho.
O método de trabalho, previsto na Constituição da República Portuguesa, foi uma conquista da revolução de Abril, mas ainda persiste quem não o aceite. Segundo o Sindicato de Hotelaria do Norte, o director do Hotel NH Collection Porto rasgou a informação sindical que se encontrava no quadro da empresa, um espaço previsto por lei para se afixar documentos sindicais nas empresas.
Segundo o sindicato, o director do hotel chegou ao local onde se encontravam os activistas sindicais e disse que «não poderiam estar ali, que não tinham autorização e que o hotel era propriedade privada». Naturalmente os visados informaram que estavam a exercer um direito e que a empresa não podia impedir a actividade sindical na empresa e muito menos retirar a informação afixada.
Mesmo perante a resistência dos sindicalistas, o director do hotel retirou a informação afixada e rasgou-a, talvez achando que ainda estava em tempos de repressão. A par da acção condenável, o director ordenou a expulsão dos presentes que informaram que iriam comunicar às autoridades policiais, dado que a acção de destruição de propaganda configurava a prática de um crime punível por lei.
A postura prepotente do director do hotel manteve-se e com uma arrogância desmedida, não percebendo que se tratavam de dirigentes sindicais de um sindicato de classe, disse ainda: «esperarem pela PSP sentados».
Ao contrário do que achava, a PSP chegou ao local com celeridade e fez com que o director voltasse a afixar a informação que ainda restava no local. Apesar da confirmação policial, os sindicalistas quiseram ver se o mesmo se comprova, tendo sido acompanhados pelas autoridades até ao quadro sindical.
Desta vez, os direitos sindicais vingaram, mas nos 50 anos do 25 de Abril o caso em questão não é um facto isolado. O atropelo aos direitos e liberdades sindicais é ainda uma realidade que poucos falam.
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