Segundo o Sindicato de Hotelaria do Norte (CGTP-IN), há centenas de trabalhadores naquela região que não receberam os salários de Março. Nuno Coelho, dirigente sindical, reforçou essa ideia em declarações ao AbrilAbril: «Todos os dias chegam ao sindicato denúncias de trabalhadores que foram despedidos ou não receberam o salário de Março, embora tenham trabalhado metade do mês e muitos deles tenham sido mandados para casa sem qualquer explicação», disse.
«A perspectiva que se coloca é que esses salários sejam pagos mais tarde ou mais cedo, mas é preciso perceber o que fazer entretanto para garantir os rendimentos destes trabalhadores», referiu, acrescentando que a orientação do sindicato vai no sentido de se pedir a suspensão do contrato de trabalho, o que garante uma retribuição através da Segurança Social.
No entanto, o dirigente explicou que, como a suspensão do contrato só será feita agora, estes trabalhadores poderão apenas ter acesso a esses apoios em Maio, o que os coloca numa situação muito complicada.
«Temos relatos de empresas em que o patrão nem sequer lhes atende o telefone e os trabalhadores ficam sem uma previsão para os próximos tempos», disse, referindo que estes encerramentos aconteceram porque os patrões decidiram não adoptar o regime de take away.
Para Nuno Coelho, é «estranho» que, depois da descida do IVA da restauração e do crescimento do turismo, estas empresas fiquem sem liquidez para pagar salários no prazo de 15 dias. «Algumas são micro empresas, vivem de mês para mês. Mas por isso é que é fundamental a acção da ACT [Autoridade para as Condições do Trabalho] no terreno, para perceber as diferentes situações e agir em conformidade», sublinhou.
A intervenção da ACT foi solicitada para os vários casos, mas ainda não houve respostas.
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