Depois do anuncio de António Costa

Sindicatos contestam actualização de salários apenas em 2018

Depois de António Costa afirmar que a actualização de salários está prevista apenas para 2018, os sindicatos demonstram descontentamento e lembram que os funcionários públicos não vêem o seu salário actualizado desde 2009.

Os trabalhadores da Administração Pública têm reivindicado a actualização dos salários e o descongelamento das carreiras
Créditos / Lusa

Na entrevista publicada hoje no jornal Público, o primeiro-ministro revelou que é em 2018 que têm previsto retomar as actualizações dos salários dos funcionários públicos, assim como «encarar as questões de fundo relativamente às carreiras».

A coordenadora da Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, considerou não fazer sentido haver mais um ano sem aumentos salariais e acusou o Governo de faltar a uma promessa do programa eleitoral.

«Os trabalhadores da função pública, desde 2009, que não têm aumentos salariais e desde 2005 que não têm mudança de escalão na carreira profissional»

Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum

«Começamos mal quando o Governo põe no seu programa eleitoral algumas coisas que depois não cumpre. Porque os trabalhadores da função pública, desde 2009 que não têm aumentos salariais e desde 2005 que não têm mudança de escalão na carreira profissional», recordou, em declarações à Lusa, Ana Avoila. Mostrou-se no entanto esperançada que o Executivo seja «sensível» à matéria e reveja a sua posição.

«Isto, a confirmar-se, vai para o segundo ano que as pessoas não levam nada, e o que acontece é que começam a desmoralizar e a pensar que não valeu a pena. São mais de 600 mil trabalhadores sem aumentos e isto não é brincadeira. É uma classe que se sente muito maltratada», sublinhou a coordenadora da Frente Comum. Lembra ainda que, na semana passada, foi entregue no Ministério das Finanças a proposta reivindicativa para a Administração Pública para 2017, aprovada na Cimeira dos Sindicatos da Administração Pública, que prevê aumentos salariais de 4% e o descongelamento da progressão nas carreiras.

A Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP) também criticou a intenção do Governo de congelar as actualizações salariais em 2017, defendendo que deve haver aumentos pelo menos para trabalhadores que ganhem menos de 630 euros. O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado, que apresentou a proposta de aumentos de 2%, considera que o Governo está a «queimar etapas», uma vez que não se iniciaram ainda as negociações.

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