Em comunicado, a Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT/CGTP-IN) anunciou a convocação de uma «quinzena de luta» na Páscoa.
Os protestos terão início a 19 de Março, com uma greve nacional nas cantinas, e terminam a 4 de Abril, com uma acção nacional junto à associação patronal e do Ministério da Economia. Haverá ainda «greves, concentrações de protesto e outras lutas» em vários pontos do País.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), todo o sector tem crescido sucessivamente desde 2013, com destaque para a hotelaria que teve 20,6 milhões de hóspedes e 57,5 milhões de dormidas em 2017, sendo que, nos outros sectores, as empresas concluíram o ano com «fabulosos lucros».
«Contudo, a contratação colectiva continua bloqueada e muitos milhares de trabalhadores não têm aumentos salariais há muitos anos, e o trabalho precário aumentou no sector», lê-se no documento. Perante a recusa dos patrões, os trabalhadores decidiram avançar «com lutas para obter aumentos salariais».
Patrões exigem perda de direitos a troco de aumentos
De acordo com a FESAHT, de forma transversal, são vários os casos em que os patrões e os seus representantes insistem na retirada de direitos a troco dos aumentos salariais a que os trabalhadores têm direito.
«O grupo Pestana recusa negociar salários desde 2009, tendo em 2016 dado um miserável aumento salarial no decorrer das negociações do acordo de empresa, mas insiste em retirar direitos fundamentais para assinar um novo acordo e dar aumentos salariais», afirma a estrutura sindical.
Sobre as associações patronais (hotelaria, restauração e turismo), «a APHORT recusa negociar aumentos salariais desde 2011 e insiste em retirar direitos para rever o contrato colectivo de trabalho. Já a AHP recusa negociar aumentos salariais desde 2009 e tem uma proposta para limpar praticamente todos os direitos e desregular completamente os horários de trabalho», acrescenta.
O mesmo sucede com a AHRESP que «tem recusado negociar o contrato colectivo de trabalho das cantinas desde 2003, não dava aumentos desde 2010, tendo dado em 2017 mas não chegou a 2%, muito longe da inflação de 9% registada desde 2010».
Noutros casos, referidos pela FESAHT, sucede-se o mesmo. Entre estes, a Liga de Clubes, a Estoril Sol, o sector do jogo e as associações patronais da panificação, moagens, abate de aves, carnes, agricultura.
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