Em causa está a violação do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) do Sector do Calçado e do Código do Trabalho, a par da tentativa de aumentar o horário de trabalho diário em 20 minutos. Contas feitas, seria mais uma hora e 40 minutos de trabalho semanal não pago, com a inclusão de duas pausas de dez minutos, uma durante a manhã e outra no período da tarde.
O Sindicato do Calçado do Minho (CGTP-IN) explica num comunicado que, como a maioria dos trabalhadores da produção se vem recusando a trabalhar mais 20 minutos, no final dos meses de Outubro e Novembro a administração da empresa, «como represália», cortou de forma ilegal 20 minutos diários no salário mensal. Ou seja, o equivalente a 4% do salário-base mensal dos trabalhadores.
«Perante a recusa do senhor Fortunato em negociar uma saída para o conflito», a direcção do sindicato solicitou a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) de Viana do Castelo e de Guimarães nas empresas do grupo, tendo apresentado também uma providência cautelar com o objectivo de suspender a alteração ilegal do horário de trabalho.
Simultaneamente, enviou uma exposição à ministra do Trabalho e aos grupos parlamentares da Assembleia da República, bem como às câmaras municipais de Guimarães e Paredes de Coura.
Desde o passado dia 7 de Outubro que os trabalhadores das fábricas de calçado do Grupo Fortunato – Kyaia, produtores de marcas como Fly London, Foreva e Softino, estão em luta. Ontem, após a concentração junto à Câmara Municipal de Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, onde vincaram as violações de que estão a ser alvo, seguiu-se um desfile participado pelo secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, entre outros dirigentes sindicais.
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