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Trabalhadores da TVI ameaçam com greve

O corte de 125 euros nas retribuições de Dezembro foi a gota de água. Os trabalhadores exigem um «justo» modelo de carreiras, uma maior comunicação da parte da direcção e o fim da precariedade. Entretanto veio a público a aprovação da compra da empresa pela Cofina.

Foto de arquivo.
CréditosAntónio Cotrim / Agência LUSA

Conforme divulgado ontem pelo jornal i, a hipótese da realização de um greve foi levantada num plenário de trabalhadores realizado na quarta-feira. Às reivindicações de fundo junta-se o fim dos cartões de Natal, comunicado aos trabalhadores através de um e-mail, que equivale a um corte de 125 euros nos seus rendimentos do mês de Dezembro, o que até agora era um direito adquirido.

A resposta dos trabalhadores foi enviada por carta, na qual demonstram o seu descontentamento. «Mais uma vez, não sentimos qualquer preocupação da parte da administração com o impacto dessa medida nos trabalhadores, mais apelamos a que seja reconsiderada», referem.

«Os cartões de Natal são apenas uma pequena fatia das nossas reivindicações. Há anos que nos prometem um justo modelo de carreiras. O fim dos contratos externos e precários. Aumentos salariais dignos. Temos adiado formas de protesto mais evidentes devido a uma disponibilidade para negociar. Conseguimos pouco, mas conseguimos algo», escrevem.

A venda do grupo – que está em contagem decrescente – faz também parte do email dos trabalhadores: «Sabemos da particular fase que a empresa atravessa e, por isso mesmo, demos o nosso melhor durante todo o ano. Nunca como agora foi pedido tanto a tão poucos e nós não falhámos.» 

Como as negociações não foram conseguidas e sentem «que essa via foi cortada», os trabalhadores anunciam que, na próxima quarta-feira, 18 de Dezembro, vão fazer um protesto simbólico na hora de almoço e reunir-se à porta da empresa para manifestar estas preocupações.

Ainda assim, a carta avança que o grupo de representantes vai estar disponível para ser ouvido com o objectivo de voltar à mesa das negociações e aguarda uma resposta.

Concorrência dá luz verde ao negócio

A Autoridade da Concorrência (AdC) já deu luz verde à compra da TVI por parte da Cofina. Recorde-se que também a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e a Anacom tinham aprovado o negócio.

O grupo que nascer da fusão entre a Cofina e a Media Capital terá um volume de negócios anual combinado superior a 270 milhões de euros (contra 170 milhões da Impresa, dona da SIC e do Expresso) e presença em todos os segmentos: imprensa diária generalista, económica e desportiva, revistas, televisão, rádio e produção de conteúdos de ficção e entretenimento.

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