O caderno reivindicativo, definido pelos trabalhadores, é simples, claro e, acima de tudo, justo. Não há razão para uma empresa que tem centenas de milhões de euros para investir na remodelação estética das lojas, não seja capaz de assegurar um «aumento salarial mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores, com garantia de aplicação de diferenças salariais por antiguidade e por especialização», aponta o comunicado do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), a uqe o AbrilAbril teve acesso.
Num comunicado, o CESP afirma que o Lidl está a penalizar no salário os funcionários que vão tomar a vacina contra a Covid-19, além de ter lhes imposto a alteração unilateral dos horários de trabalho. O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) diz ter recebido «denúncias de que os trabalhadores do Lidl são penalizados na sua retribuição por irem tomar a vacina contra a Covid-19». Num comunicado aos trabalhadores, ontem divulgado, a estrutura sindical revela que enviou um ofício à empresa a exigir que «a ausência seja justificada e remunerada». Da falta de resposta até ao momento a desmentir tal prática, o sindicato conclui que se confirma a «veracidade das denúncias». «O Lidl, que manifesta, pública e constantemente, ser uma empresa com responsabilidade social, não pode condicionar os trabalhadores, que sempre estiveram na linha da frente desde o início da pandemia, na toma da vacina», lê-se no documento, em que se acusa a empresa de demonstrar «uma vez mais que os lucros são mais importantes de que a saúde e segurança dos seus trabalhadores e familiares». O CESP insiste que o Lidl não pode «impor qualquer punição a quem pretende tomar a vacina contra a Covid-19» e, neste sentido, lembra que a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) esclareceu em comunicado que a ausência do trabalho para a toma da vacina «é justificada e não determina perda de retribuição». No mesmo documento, o CESP diz ter tomado conhecimento de que os trabalhadores foram confrontados com alterações unilaterais aos seus horários de trabalho e que a empresa, sem o seu acordo, impôs trabalho nocturno a funcionários com «responsabilidades familiares». A organização sindical exige ao Lidl que «recue imediatamente nesta alteração unilateral» e afirma que irá tomar todas as medidas ao seu alcance caso exista uma atitude «intransigente» na resolução do problema, sublinhando que os funcionários estão disponíveis para trabalhar nos horários em que sempre trabalharam, e que lhes garantiam condições para a conciliação entre a actividade profissional e a vida familiar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Trabalho|
Lidl condiciona vacinação dos funcionários, acusa sindicato
Imposição de trabalho nocturno
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O investimento de milhões de euros não se pode cingir ao edificado: uma parte significativa desse dinheiro, e dos lucros que os trabalhadores produziram, pode e deve ser aplicado em medidas que «visam a melhoria das condições de vida e de trabalho dos trabalhadores».
Os trabalhadores exigem também a «atribuição de um subsídio a todos os trabalhadores que laboram em temperaturas controladas» e o «aumento da carga horária dos trabalhadores em part-time para as 32 horas semanais».
A greve vai ter lugar no dia 20 de Dezembro. No mesmo dia, os trabalhadores do armazém da Marateca vão reunir-se, em concentração, às 11h, em frente à sede da empresa em Sintra. Os trabalhadores do armazém do Lidl do Linhó vão estar em plenário, na rua, nesse mesmo dia, indo depois juntar-se aos colegas da Marateca «na luta pelas mesmas reivindicações».
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