Trabalhadores do restaurante Clérigos continuam em luta

O restaurante, adquirido em Abril pelo chef Pedro Lemos, foi encerrado e os seus 31 trabalhadores postos na rua. Desde então, os trabalhadores têm realizado, em conjunto com o Sindicato da Hotelaria do Norte, acções em defesa dos salários e dos postos de trabalho.

Os trabalhadores do restaurante Clérigos continuam a defender os seus direitos
Créditos / Sindicato da Hotelaria do Norte

Esta quinta-feira, trabalhadores e dirigentes sindicais fizeram uma vigília à entrada de outro restaurante de Pedro Lemos, também na cidade do Porto, mostrando «uma faixa, bandeiras e velinhas para alumiar a consciência do chefe Pedro Lemos», lê-se numa nota do Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN).

Os trabalhadores, que exigem o pagamento do salário de Abril e lutam pelos postos de trabalho, mantiveram-se firmes no local e não se deixaram intimidar, quando um segurança do restaurante tentou perturbar o protesto ou quando a Polícia, a dada altura, pareceu «pôr-se ao lado do patrão, em lugar de assegurar o direito de manifestação», refere o sindicato, notando, ainda assim, que o bom senso prevaleceu e a mobilização pôde prosseguir nos seus termos até ao fim.

Em luta desde finais de Abril

Na sequência de uma decisão judicial, a sociedade Tradições Ancestrais, pertencente ao chef Pedro Lemos, tomou posse provisoriamente do restaurante Clérigos, a 26 de Abril, e, no dia seguinte, decidiu encerrar o estabelecimento, deixando 31 trabalhadores na rua. Nesse dia, quando se apresentaram ao serviço, «foram impedidos de ocupar os seus postos de trabalho e de exercerem as suas funções profissionais por ordens da nova gerência», informa a organização sindical.

Quando a nova gerência compareceu no local e abriu a porta, a 28 de Abril, os trabalhadores entraram e exigiram uma declaração em relação à sua situação, mas a gerência recusou-se e chamou a PSP para os expulsar.

Os trabalhadores alertaram de imediato o sindicato, que compareceu no local e chamou a atenção dos agentes PSP para o facto de que os trabalhadores estavam no seu posto de trabalho e no seu horário, pelo que ninguém os podia tirar lá, e alertaram os agentes da autoridade que «quem estava a praticar um crime era o novo dono, que decidiu encerrar o estabelecimento sem antes proceder ao despedimento colectivo dos trabalhadores».

Perante a intervenção do sindicato, a PSP não expulsou os trabalhadores à força e seguiram-se várias horas de negociações com o novo dono do restaurante, que se viu obrigado a passar a declaração que os trabalhadores queriam. Também por iniciativa do Sindicato de Hotelaria do Norte, foi requerida uma reunião com carácter de urgência no Ministério do Trabalho com a anterior e actual sociedade gestora.

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