O protesto realizado à porta do Teatro São Luiz, em Lisboa, onde decorre o encontro internacional da Confederação do Turismo de Portugal, associação patronal do sector, foi promovido pela Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Feshat/CGTP-IN).
Entre as reivindicações, os trabalhadores exigiram aumentos saláriais, o fim da precariedade e dos horários desregulados, respeito pelas folgas e o descanso semanal previsto, como ainda o desbloqueamento da contratação colectiva, o combate ao trabalho clandestino e maior investimento nos trabalhadores.
O objectivo da manifestação, segundo a nota da Feshat, que também promoveu um encontro à porta da cimeira, foi o de denunciar a situação social do sector e dar a conhecer o outro lado do turismo, que «o patronado insiste em esconder».
«A pretensa cimeira do turismo, sem a presença dos trabalhadores nem das suas organizações, não vai abordar os horários imprevisíveis e infindáveis, os ritmos de trabalho intensos, a precariedade, o trabalho ilegal e clandestino, os baixos salários praticados, o bloqueamento da contratação colectiva, o incumprimento dos direitos por parte do patronato, (...) o trabalho forçado dos estagiários», lê-se.
Por outro lado, a Feshat recorda que «o sector cresce sucessivamente há cinco anos consecutivos», com índices «nunca antes vistos» e lucros elevados, mas tal não se reflecte na formação dos trabalhadores ou nas condições de trabalho.
«Continuam a apostar em mão-de-obra barata e mal qualificada, mantêm as unidades hoteleiras e demais empreendimentos turísticos e de restauração degradados», denuncia a estrutura, que acrescenta ainda a falta de equipamentos ou com funcionamento irregular e as más condições.
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