As manifestações em França surgem na antevéspera do final do prazo para uma vasta consulta pública sobre este tema, lançada no início de Setembro para sensibilizar a população, e esperando-se a apresentação, pelo primeiro-ministro francês, de cerca de 40 medidas de combate à violência doméstica.
«Daqui a 32 feminicídios será Natal», «Rompamos o Silêncio, Não as Mulheres» ou «Pátria Indiferente a Mulheres Assassinadas» eram alguns dos cartazes que os manifestantes levavam nos protestos que decorreram ontem em várias cidades francesas, segundo a agência de notícias AFP.
Desde o início do ano, os dados contabilizados pela AFP apontam para 116 mulheres mortas pelos seus cônjuges ou antigos companheiros, abaixo do número alcançado por alguns grupos de defesa dos direitos das mulheres, que apontam para 137 mulheres mortas em contexto conjugal desde Janeiro.
No ano passado, o número oficial de mulheres mortas foi de 121, segundo o Ministério do Interior francês. Em Novembro do ano passado, reuniram-se quase 50 mil pessoas em vários pontos do país, numa iniciativa, similar à de hoje, incluindo 30 mil em Paris, segundo os organizadores.
Ainda não há dados oficiais nem estimativas sobre a participação nas manifestações deste ano, mas uma das organizadoras, Caroline De Haas, disse esperar «números históricos devido ao nível de consciência sobre esta questão».
Uma em cada três mulheres na União Europeia já foi vítima de violência física ou sexual, referiu ontem a Comissão Europeia, admitindo a «dimensão alarmante» do problema e garantindo acção contra este tipo de situações.
Amanhã, dia 25 de Novembro, assinala-se o Dia Internacional para a eliminação da violência sobre as mulheres.
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