Num comunicado sobre o Dia Internacional da Mulher, a FSM afirma que, este ano, decidiu «homenagear todas as mulheres em luta em todos os cantos do mundo, realizando o Congresso Mundial das Mulheres Trabalhadoras na Cidade de Panamá, no Panamá, durante os dias 8, 9 e 10 de Março».
«Lutamos pela igualdade de direitos no trabalho, na sociedade e na vida» é o lema do encontro que ontem começou na capital panamenha e que ganha especial acuidade num momento «em que as forças capitalistas atacam os direitos das mulheres».
«Continuam actuais as reivindicações (...) em defesa da emancipação das mulheres e do reconhecimento social à mulher trabalhadora»
A FSM, fundada em Outubro de 1945, sublinha que continuam actuais as reivindicações inscritas nos seus primeiros cartazes e comunicações em defesa da emancipação das mulheres e do reconhecimento social à mulher trabalhadora – salário igual para trabalho igual, licença de maternidade, garantia de emprego para grávidas e lactantes, protecção contra a prostituição e o tráfico de pessoas.
No seu texto, Federação afirma que «os capitalistas, em conjunto com os seus governos», querem acabar com as conquistas dos trabalhadores, transformando-os novamente «em escravos contemporâneos, sem direitos», através de multinacionais que exploram crianças e mulheres jovens, apoiadas em medidas anti-laborais.
Analisar e propor estratégias
Com o encontro, que reúne representantes de todos os continentes de organizações filiadas na FSM, procura-se não apenas analisar a actual situação, mas também propor estratégias para enfrentar «a barbárie do sistema capitalista, que ataca os direitos das mulheres».
«Com participação e luta, tomamos as nossas vidas nas nossas próprias mãos. Para um mundo sem exploração capitalista e barbárie imperialista», é o repto que a Federação vai lançar aos participantes no congresso, exortando-os a que transmitam essa mensagem aos trabalhadores de todo o mundo.
Primeiro dia de trabalhos
Ontem, várias delegadas sindicais intervieram no Congresso Mundial das Mulheres Trabalhadoras, tendo abordado os momentos difíceis que o movimento sindical atravessa, devido à crise do sistema capitalista.
Segundo refere a Prensa Latina, quase todas as oradoras sublinharam que a lógica de desenvolvimento da sociedade capitalista procura diminuir o papel da mulher, que é sujeita à «escravidão e à precariedade».
«sociedade capitalista procura diminuir o papel da mulher, que é sujeita à "escravidão e à precariedade"»
Abordaram-se ainda questões como a baixa representatividade das mulheres no executivo da FSM, sendo que «quatro em cada dez mulheres» pertencem a essa federação, a necessidade de traçar estratégias que contribuam para dar destaque a tudo aquilo que as mulheres são capazes de fazer no mundo laboral e a «dupla exploração» a que são submetidos certos grupos de mulheres, como as indígenas, as imigrantes ou as domésticas.
Defendeu-se também a unidade na luta das mulheres «em torno de reivindicações sociais, laborais e salariais», tendo em conta que, actualmente, a violência de género, a repressão, a intimidação, a precariedade e a desigualdade são desafios que as mulheres têm de enfrentar.
No meio deste panorama, um representante sindical francesa destacou o caso de Cuba, onde a legislação protege os direitos das mulheres, nomeadamente ao nível da segurança, da saúde e da maternidade, e lhes garante muitos outros direitos sociais e laborais.
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