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Conferência da América Latina em Londres: «O capitalismo não tem soluções»

Centenas de pessoas participaram na edição deste ano da «¡Adelante!», a Conferência da América Latina no Reino Unido, vincando a defesa da solidariedade, da autodeterminação e do anti-imperialismo.

Centenas de pessoas participaram na edição deste ano da Conferência da América Latina em Londres Créditos / @EmbaVenezUK

O encontro anual, que decorreu no último sábado na sede do National Education Union, foi co-organizado por outros sindicatos, associações e campanhas solidárias com Cuba, Venezuela, Nicarágua e Brasil.

Bernard Regan, secretário nacional da Campanha de Solidariedade com Cuba, presidiu à primeira sessão plenária da conferência, que situou no «espírito do anti-imperialismo e do direito à autodeterminação», refere o Morning Star.

Um dos oradores foi Felix Plasencia, embaixador da Venezuela no Reino Unido, que lembrou aos presentes o facto de o seu país ter sido submetido a «mais de mil medidas unilaterais e coercivas», que fizeram a Venezuela perder 99% dos seus rendimentos num período de 12 anos.

Por seu lado, a embaixadora de Cuba em Londres, Ismara Vargas Walter, disse que «o futuro da América Latina não deve ser escrito por forças externas». Apesar dos desafios que o bloqueio ilegal coloca ao seu país, frisou que Cuba está pronta para continuar a manifestar solidariedade aos seus vizinhos.

Já Vijay Prashad, historiador e jornalista indiano, director executivo da Tricontinental, defendeu que «os EUA já não são o centro do mundo», insistindo que são «uma sociedade em declínio irrelevante» e que «o centro da gravidade mundial se mudou para a Ásia».

Intervenção de Félix Plasencia, embaixador da Venezuela, no encontro / @EmbaVenezUK

Prashad acrescentou que «o mundo se estava a erguer» e que «devíamos reconhecer a importância de desenvolvimentos como a Aliança dos Estados do Sahel». «Precisamos de mais desafios destes. Precisamos que mais pessoas se levantem. Precisamos de nos levantar aqui», declarou, citado pelo Morning Star.

Num encontro em que a América Latina foi apontada como um «farol de resistência», a dirigente sindical britânica Fran Heathcote destacou a necessidade de «redobrar esforços face ao regime imperialista de Trump» e a médica cubana Aleida Guevara disse que precisamos de nos questionar repetidamente «sobre o mundo que vamos deixar às próximas gerações», insistindo na importância de dizer «não» à guerra.

Quase no final, Jeremy Corbyn, deputado ao Parlamento de Westminster, alertou para os perigos de ceder terreno à extrema-direita, afirmando que «a via das concessões à extrema-direita leva a um lugar muito sombrio».

Por seu lado, Chris Hazzard, deputado irlandês do Sinn Féin, alertou para os perigos do «neocolonialismo da era moderna» e vincou a importância e a urgência de bater o pé à «economia da guerra» e ao apelo de «mais armas» feito pelas elites europeias.

«O capitalismo não tem soluções, é um catalisador de mais catástrofes, guerra, miséria, ódio e racismo», disse, defendendo que «este é o tempo para construir alternativas socialistas» e de, nesse esforço, manifestar solidariedade internacionalista.

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