|Cuba

Díaz-Canel: «A alternativa de Cuba nunca será render-se»

O presidente cubano participou numa das comissões do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o Anti-Imperialismo, a 200 anos da Doutrina Monroe, que reuniu mais de 1200 delegados em Havana.

Delegados presentes no Palácio das Convenções, em Havana, a 2 de Maio de 2023 
Créditos / @PartidoPCC

«Os desafios de Cuba são grandes, mas a alternativa nunca será rendermo-nos», afirmou Miguel Díaz-Canel, ao participar numa das comissões do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o Anti-Imperialismo, a 200 anos da Doutrina Monroe.

O Palácio das Convenções, em Havana, tornou-se esta terça-feira o centro da solidariedade mundial com a Ilha, acolhendo mais de mil delegados provenientes dos cinco continentes e outros 200 nacionais.

Os participantes na comissão n.º 1, dedicada à Unidade Anti-Imperialista vs. Doutrina Monroe, proferiram intervenções sobre essa unidade, o socialismo a construir, a forma de enfrentar a colonização cultural, a situação difícil do povo cubano, a guerra mediática, o papel dos jovens na mudança social ou a decadência do imperialismo, refere o diário Granma.

Delegados no Palácio das Convenções, em Havana / @PartidoPCC

Depois de ouvir oradores de vários pontos do mundo, o presidente cubano enalteceu os valores que engrandecem o seu povo, que dia após dia dá lições de criatividade, resistência, dignidade e heroísmo.

A lógica imperialista aplica-se ao mundo para impor hegemonia e dominação, e esse não é o mundo que queremos, explicou Díaz-Canel, que deu grande ênfase ao plano de colonização cultural executado pelo imperialismo, que visa «acabar com a história e a identidade nacional».

Sobre a Doutrina Monroe – fundada há dois séculos incluindo o lema «América para os americanos» –, o presidente de Cuba disse que é uma das argumentações ainda latentes nas estratégias do imperialismo na actualidade.

|

Mais de 150 jovens norte-americanos em Cuba, a unir os povos

Cerca de centena e meia de jovens dos EUA estão na Ilha para participar nas celebrações do Primeiro de Maio e contactar com sindicatos, organizações juvenis, artistas e autoridades cubanas.

Os jovens com a diplomata Johana Tablada, em Havana 
Créditos / @CubaMINREX

Ontem à tarde, a Brigada Primeiro de Maio (May Day Brigade) visitou a Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), um projecto de formação de médicos criado pela Revolução Cubana, de onde saíram mais de 30 mil profissionais da saúde de todo o mundo.

Manolo de los Santos, co-director executivo de The People’s Forum, e Kate Gonzales, coordenadora editorial da 1804 Books, explicam que esta brigada é a maior a dirigir-se a Cuba em décadas e que representa «uma intervenção nas tentativas incessantes dos Estados Unidos para silenciar e estrangular os êxitos do projecto socialista cubano».

Dizem ainda que a iniciativa partiu da International Peoples’ Assembly, que convidou jovens militantes de base da diversidade de lutas nos EUA a participar num «intercâmbio crucial em Cuba, uma experiência de que eles e a sua geração foram privados por 60 anos de bloqueio».

O grupo visitou a ELAM // @ldejesusreyes

Com uma agenda intensa e apertada, já participaram num encontro-debate sobre direitos humanos, no Centro Cultural Yoruba, em que se abordaram questões como igualdade de género, direito à habitação ou luta contra o racismo.

Zuleica Romay, directora do programa de Estudos Afro-Americanos na Casa das Américas, lembrou que «Cuba também é uma vítima do seu êxito». Por seu lado, o presidente da instituição, Abel Prieto, afirmou que a administração norte-americana nunca entendeu que em Cuba foi plantada uma coisa, «o princípio da justiça social, da democracia popular, da igualdade, da participação popular no processo político», e que isso «nunca foi enfraquecido».

Na quarta-feira, os jovens norte-americanos, que representam diversos movimentos e organizações sociais, dialogaram com representantes do Ministério dos Negócios Estrangeiros, tendo sido recebidos por Johana Tablada, subdirectora para os Estados Unidos do ministério.

Tablada agradeceu aos presentes a sua empatia e amizade, que reforçam a esperança de melhoria das relações entre Cuba e o vizinho a norte, «compensando a dor causada pelo bloqueio». «A vossa amizade é uma prenda para Cuba», destacou a diplomata.

Tablada aproveitou a ocasião para falar aos jovens sobre a história das relações bilaterais e da luta permanente do povo cubano pela soberania e dignidade face à agressão do imperialismo.

Jovem durante o encontro com Johana Tablada, no Ministério dos Negócios Estrangeiros // @PeoplesForumNYC

A delegação de jovens norte-americanos, que se encontra na Ilha desde 24 de Abril, foi saudada pelo chefe de Estado, Díaz-Canel, que lhe deu as boas-vindas na sua conta de Twitter.

«Acreditamos no povo norte-americano, diverso e solidário, que nos respeita e entende; é o que vocês representam. Vemo-nos no Primeiro de Maio», escreveu o presidente.

De acordo com o programa previsto, a comitiva deve permanecer em Cuba até 3 de Maio, conhecendo bairros em transformação em Havana, instituições científicas e o Centro Fidel Castro, dedicado a preservar o legado do líder histórico da Revolução.

Também está prevista uma visita à cidade de Santa Clara, onde os jovens norte-americanos vão manter um encontro com jovens cubanos e prestar homenagem a Ernesto Che Guevara e aos seus companheiros de luta, no mausoléu.

Segundo indica a Prensa Latina, o grupo participará, em Havana, nos festejos populares do Dia Internacional do Trabalhador, e, a 2 de Maio, fará parte do encontro de solidariedade com Cuba que terá lugar no Palácio das Convenções.

Tipo de Artigo: 
Notícia
Imagem Principal: 
Mostrar / Esconder Lead: 
Mostrar
Mostrar / Esconder Imagem: 
Mostrar
Mostrar / Esconder Vídeo: 
Esconder
Mostrar / Esconder Estado do Artigo: 
Mostrar
Mostrar/ Esconder Autor: 
Esconder
Mostrar / Esconder Data de Publicação: 
Esconder
Mostrar / Esconder Data de Actualização: 
Esconder
Estilo de Artigo: 
Normal

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui

Referiu-se a tal política como uma expressão de prepotência, de desprezo pelos povos. «Essa Doutrina não é solidária porque não se trata de partilhar experiências para o desenvolvimento igualitário de todos os países, mas de saquear os recursos naturais e extrair as riquezas aos países do Sul», disse, aludindo à natureza agressiva, expansionista e predadora da Doutrina Monroe.

Nas outras quatro comissões debateram-se os direitos dos jovens trabalhadores e a integração mundial em defesa da paz e da soberania; mulheres do mundo pela paz e a solidariedade entre os povos; desafios dos trabalhadores no mundo contemporâneo, e lutas dos movimentos de solidariedade, sociais e populares.

O mundo poderá contar sempre com Cuba

«A comunidade internacional poderá contar com a luta permanente de Cuba face à injustiça, às desigualdades, ao subdesenvolvimento e pela criação de uma ordem internacional mais justa e equitativa, no centro da qual esteja o ser humano, a sua dignidade e bem-estar», afirmou Ulises Guilarte de Nacimiento, secretário-geral da Central dos Trabalhadores de Cuba (CTC).

Na sessão de abertura do encontro, organizado pela CTC e o Instituto Cubano de Amizade com os Povos (ICAP), o dirigente sindical disse que, «sem deixar de reconhecer insuficiências na gestão administrativa, a causa fundamental dos nossos problemas resulta da persistência de um bloqueio desapiedado e unilateral, económico, comercial e financeiro».

Sessão de abertura do Encontro Internacional de Solidariedade com Cuba e o Anti-Imperialismo / @PartidoPCC

Ao dar as boas-vindas aos delegados no Palácio das Convenções, agradeceu a presença de tantos amigos em Havana, desafiando precisamente o bloqueio imposto pelos EUA ao povo cubano há mais de 60 anos.

Também na sessão de abertura, interveio a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros, Anayansi Rodríguez Camejo, para dar a conhecer aos presentes o modo como o bloqueio afecta o país e o seu povo, e sublinhar que, apesar das dificuldades criadas por essa política, «Cuba não se rende nem se verga».

«O nosso povo resiste e avança, e continuaremos a distribuir solidariedade ao mundo e a apoiar as causas justas», disse Rodríguez, que vincou a solidariedade do seu país com a causa palestiniana.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui