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Em menos de uma semana, acidentes de trabalho tiram duas vidas no País Basco

Desde o início do ano, 52 trabalhadores morreram em acidentes laborais em território basco, cinco dos quais em Agosto. O último a perder a vida trabalhava numa pedreira em Markina-Xemein (Biscaia).

Concentração em Zeanuri (Biscaia), dia 19 de Agosto de 2022, após a morte de um trabalhador do sector florestal, ocorrida dois dias antes 
Créditos / LAB

Representantes da maioria dos sindicatos bascos concentram-se esta quinta-feira frente à sede das Construcciones Amenábar, em Donostia, para denunciar a morte de um trabalhador de 34 anos, no passado dia 23, esmagado por uma pedra de grandes dimensões numa pedreira de que a empresa referida é proprietária, anuncia o sindicato LAB.

Apenas quatro dias antes, os sindicatos mobilizaram-se em Zeanuri, com o lema «A precariedade mata, mais acidentes laborais não», para denunciar a morte de um trabalhador de 47 anos no sector florestal, ocorrida dia 17, no município biscainho, depois de lhe ter caído uma árvore em cima.

Em nota, o LAB sublinha que «o derramamento de sangue não cessa» e lembra que tem afirmado reiteradamente que estes sinistros laborais são «evitáveis», que «os dramas pessoais e sociais que ocorrem por detrás de tudo isto se podem evitar caso as medidas de segurança e prevenção sejam implementadas».

O lucro à frente da vida dos trabalhadores

No que respeita ao sinistro de dia 17, a organização sindical afirma que «a taxa de mortalidade no sector florestal ultrapassa todas as marcas», porque, explica, sendo um sector que emprega poucos trabalhadores, é dos que registam mortes todos os anos. Em 2021, morreram seis trabalhadores do sector em acidentes laborais no País Basco.

Isto também ocorre porque «a exploração madeireira intensiva se baseia em relações de trabalho precarizadas para poder obter lucros», denuncia o LAB, explicando que, desse modo, «em vez que se apostar nos meios de segurança laboral, se poupa neles».

Relativamente ao caso mais recente, ocorrido numa pedreira em Markina-Xemein, a estrutura sindical denuncia que as infracções ambientais ali cometidas já eram do conhecimento público e, agora, ficou-se a saber que também não são cumpridas as normas de saúde e segurança no trabalho.

«Os trabalhadores não recebem formação apesar de se tratar de um actividade de alto risco», afirma o LAB, denunciando que o lucro está à frente da vida e dos trabalhadores, e que o patronato só actua desta forma porque tem a «colaboração» do governo basco.

Daí – reafirma – a importância da mobilização: para reivindicar que se tomem medidas de uma vez por todas, frisa.

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