O gabinete de imprensa do governo palestiniano no enclave costeiro revelou, este sábado, o nome de mais quatro jornalistas que perderam a vida no decorrer da ofensiva israelita contra o território.
Dois deles foram mortos num ataque perpetrado este sábado na Cidade de Gaza, enquanto os outros dois, agora identificados, tinham sido mortos antes, revelaram as autoridades num comunicado a que a agência Anadolu faz referência.
Trata-se de Zahraa Abu Sukheil e Ahmed Abu Sukheil, que trabalhavam para a News Media Network e foram mortos num ataque israelita a uma escola que abrigava pessoas deslocadas na Cidade de Gaza, anteontem.
Os outros dois foram identificados como Mustafa Khader Bahar e Abdul Rahman Khader Bahar, que trabalhavam para a agência Ajel Palestine.
Mustafa, repórter, foi morto a 31 de Março deste ano na Rotunda Kuwait, a sul da Cidade de Gaza, enquanto Abdul Rahman, fotojornalista, foi morto a 6 de Outubro último no Bairro al-Karama, a noroeste da Cidade de Gaza.
O texto «condena veementemente a perseguição, morte e assassinato de jornalistas palestinianos pela ocupação israelita e considera-a totalmente responsável pela prática deste crime hediondo».
Também insta os organismos internacionais e a chamada comunidade internacional a tomarem medidas de pressão contra Israel, para que deixe de matar os jornalistas e demais trabalhadores da imprensa.
«Apelamos à comunidade internacional, às organizações internacionais e aos envolvidos no trabalho jornalístico em todo o mundo para que tomem medidas contra a ocupação, a processem nos tribunais internacionais pelos seus crimes em curso e a pressionem para pôr fim ao genocídio e aos assassinatos selectivos de jornalistas palestinianos», lê-se no texto, citado pela PressTV.
Mais matanças e «ameaça da fome»
Ao longo do dia de ontem, a Protecção Civil em Gaza foi actualizando o número de mortos palestinianos resultantes dos ataques israelitas em vários pontos do enclave. Em Jabalia, no Norte, só um ataque provocou pelo menos 36 mortos, 14 dos quais crianças.
As autoridades sanitárias no território revelaram que pelo menos 43 603 palestinianos foram mortos e 102 929 ficaram ali feridos desde 7 de Outubro de 2023, com a agressão israelita ao enclave.
Com os ataques das últimas horas, estes números devem ser novamente actualizados, num contexto em que Philippe Lazzarini, director da agência da ONU para os refugiados palestinianos (Unrwa), alerta para a fome no Norte de Gaza.
Na sua conta de Twitter (X), Lazzarini referiu que a probabilidade de uma fome generalizada no Norte do enclave, que há semanas é alvo de uma ofensiva arrasadora, «não é uma surpresa».
Essa fome é «feita pelo homem», denunciou o comissário-geral do organismo das Nações Unidas cuja actividade Israel proibiu, acusando o Estado de Israel de ter «transformado a fome numa arma de guerra». Deste modo, acrescentou, a população em Gaza é privada de bens básicos, incluindo os alimentos para sobreviver.
O responsável da Unrwa denunciou ainda que aquilo que Israel está a permitir entrar em Gaza «não é suficiente», uma média ligeiramente acima de 30 camiões por dia, que representam «6% das necessidades básicas» dos palestinianos.
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