Na sua conta de Twitter (X), a agência para os refugiados palestinianos da ONU (Unrwa) chama a atenção para uma situação que «coloca riscos catastróficos para o ambiente e a saúde».
«Crianças vasculham o lixo diariamente. O acesso humanitário sem obstáculos e o cessar-fogo imediato são cruciais para restabelecer condições de vida humana» no território, declarou o organismo esta quinta-feira.
Há cerca de uma semana, a Unrwa alertou, na mesma rede social, para a forma como a agressão israelita a Gaza destruiu a vida de milhões de palestinianos e provocou danos catastróficos ao meio natural do qual dependem para obter água, ar limpo e meios de subsistência.
«Restaurar os serviços ambientais levará décadas – e nem sequer poderá começar antes de um cessar-fogo», afirmou a agência.
Numa outra mensagem, afirma que «a destruição está por toda o lado em Gaza», sublinhando que «serão necessários anos para remover os escombros causados pela guerra e o lixo acumulado por meses de serviços interrompidos».
Nesse contexto, alerta que «as terríveis condições sanitárias representam uma enorme ameaça à saúde das famílias palestinianas».
Sistemas de águas, esgotos e tratamento destruídos
Num comunicado conjunto, o Gabinete Central de Estatísticas e a Autoridade da Qualidade Ambiental palestiniana alertaram, há dias, que a água potável disponível em Gaza representa entre 10 e 20% do total reportado antes da agressão israelita.
No documento a que a Prensa Latina teve acesso, as entidades referiram que Israel destruiu metade dos 700 quilómetros de redes de água e nove dos dez tanques principais para o seu armazenamento.
Revelaram, ainda, que as duas unidades de dessalinização apenas trabalham a 20% da sua capacidade operacional e que 83% dos poços de água subterrânea também não funcionam.
As duas instituições sublinharam que a falta de combustível levou à paralisação de todo o sistema de tratamento de águas residuais, que abrangem 130 mil metros cúbicos por dia.
Agora, grande parte dessa quantidade é vertida para o Mar Mediterrânico, enquanto outra inunda as cidades e os acampamentos de refugiados, agravando a crise de saúde no território.
Num contexto em que «montanhas de toneladas de resíduos e escombros» se acumulam nas ruas de Gaza, o texto alerta para o desastre ambiental, bem como para os riscos de doenças e ameaças à saúde adicionais com a chegada do Verão, em que proliferam os insectos e os roedores.
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