«Onde está o meu emprego?» foi uma das perguntas colocadas, esta quinta-feira, pelos milhares de jovens que se juntaram no centro da capital indiana, tendo em conta que o actual primeiro-ministro, Narendra Modi, prometeu criar 20 milhões de empregos por ano e o desemprego juvenil continua a crescer na Índia.
A mobilização organizada pela Federação Democrática da Juventude da Índia (DYFI, na sigla em inglês), que ontem cumpria 42 anos de existência, contou com a participação do secretário-geral do Partido Comunista da Índia (Marxista), Sitaram Yechury.
Face ao desemprego crescente, milhares de jovens provenientes de vários pontos do país asiático mostraram cartazes em que se repetia a questão «Onde estão os nossos empregos?», exigindo a Narendra Modi e ao seu partido (Bharatiya Janata Party, BJP) que dessem uma resposta.
Como Modi está no poder desde 2014, por esta altura devia ter criado cerca de 80 milhões de empregos, se tivesse cumprido a promessa que fez, afirmaram. «Onde estão os 80 milhões de pessoas com emprego? O governo de Modi tem de responder», lia-se num dos cartazes, empunhado por um jovem que veio de Caxemira até Déli, refere o portal Newsclick.
No protesto, que se tornou uma reunião pública, os jovens reclamaram o direito básico ao emprego, o fim da precariedade, a vinculação ao Estado e pagamento de subsídio de desemprego, entre outros direitos relacionados com a matéria.
Desemprego no auge e muitos jovens a irem para fora
Sagar Gautam, que veio do estado de Uttar Pradesh, criticou a situação no país e no seu estado, onde o ministro-chefe e os seus apoiantes dizem que está tudo bem, mas onde as únicas oportunidades que sobram aos jovens é «vender chá de manhã, pakoras (fritos) à tarde e trabalhar como guardas à noite».
Sukhwinder, um jovem que veio do estado do Punjabe, disse ao Newsclick que ali, como no resto do país, o desemprego está num ponto máximo e, embora o governo tenha mudado no Punjabe, «a situação é a mesma». «Devido ao desemprego, um grande número de jovens está a emigrar», disse. Por seu lado, Irfan Gul, que veio de Jamu e Caxemira, disse que, em vez de estar a criar postos de trabalho, o governo está a tirar empregos à juventude.
Em declarações ao Newsclick, A. A. Rahim, presidente da Federação Democrática da Juventude da Índia e militante do PCI(M), lembrou que, desde a sua fundação, a 3 de Novembro de 1980, a organização lutou sempre pelos direitos dos jovens na Índia, considerando que, «actualmente, a situação é mais assustadora». «Hoje, os jovens estão a suicidar-se por falta de trabalho. Os dados do Gabinete do Registo Nacional de Crime confirmam-no», alertou.
Sanjeev Kumar, também dirigente da federação, criticou as políticas erradas do partido no poder desde 2014, lembrando que a inflação, o desemprego e a crise na agricultura vêm de trás. Só que agora estão num ponto máximo, acrescentou.
Sublinhou que há mais de um milhão de postos de trabalho por preencher na Administração Central e que o governo não o está a fazer. «A juventude tem de lutar por isto. Estamos prontos para travar esta batalha», frisou.
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