Para o L'Humanité «François Bayrou é um Jean-Louis Borloo de sucesso». Era um daqueles nomes que esteve sempre na calha para assumir a liderança do executivo, mas suas ambições saíram sempre furadas, até que o presidente francês, Emmanuel Macron, com o espaço de manobra limitado, satisfez-lhe a vontade.
François Bayrou é o novo primeiro-ministro francês. Com 73 anos, Bayrou é líder do Movimento Democrático, conhecido como MoDem, um partido liberal que serve de bengala de Emmanuel Macron, tendo ido coligado com o Renascimento às eleições legislativas deste ano sob a insígnia do Juntos.
O escolhido do presidente frances já foi candidato presidencial três vezes, em 2002, 2007 e 2012. O seu melhor resultado foi em 2007, quando ficou em terceiro lugar com quase 19% dos votos.
Assim como Michel Barnier, ex-primeiro-ministro, Bayrou tem um histórico europeu, tendo presidido Partido Democrata Europeu e assumindo pastas ministeriais, tendo sido ministro da Educação Nacional em três governos sucessivos.
Apesar do currículo, segundo o Le Monde, François Bayrou não foi a primeira escolha de Macron, tendo chegado a ameaçar abandonar a aliança com o presidente francês. A escolha, no entanto, justifica-se pela necessidade do grande capital em manter uma linha política que lhe sirva os interesses.
Naturalmente, Jordan Bardella, do Reagrupamento Nacional, diz que o seu partido de extrema-direita não irá censurar o novo Governo. À esquerda encontra-se a oposição. Mathilde Panot da França Insubmissa denunciou aquilo que é a continuidade da linha política macronista. Já Fabien Roussel, líder do PCF, caracterizou a nomeação como «má notícia», e lançou a questão: «persistirá [Macron] em querer impor uma política que falhou e foi sancionada?».
A passagem de pastas de Michel Barnier para François Bayrou acontecerá ainda hoje e este último anunciará nos próximos dias a composição do novo Governo, sabendo que terá pela frente uma ameaça de censura, não se poderá apoiar num bloco maioritário e terá que aprovar um Orçamento do Estado para 2025, que está neste momento suspenso.
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