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Partidos de esquerda vão protestar contra a presença de Trump na Índia

«Trump vem dinamizar a economia dos EUA à custa dos interesses da Índia», denunciou o secretário-geral do PCI (M), Sitaram Yechury, garantindo que, «onde Trump for, os trabalhadores vão protestar».

Abraço entre Modi e Trump numa visita do primeiro-ministro indiano a Washington, em Junho de 2017
Créditos / The Independent

A primeira visita oficial do actual presidente norte-americano à Índia, agendada para os dias 24 e 25 deste mês, foi anunciada pela Casa Branca na segunda-feira passada.

O portal rediff.com revela hoje que a visita foi marcada na sequência de uma conversa telefónica recente entre Donald Trump e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na qual ficou definido que a viagem servirá para «reforçar ainda mais a parceria estratégica EUA-Índia e enfatizar os laços fortes e duradouros entre os povos norte-americano e indiano».

Sitaram Yechury, secretário-geral do Partido Comunista da Índia (Marxista) – PCI (M) –, pronunciou-se ontem sobre a visita anunciada – que incluirá actividades oficiais em Nova Déli e Ahmedabad, no estado de Gujarate –, tendo afirmado que o seu partido irá organizar protestos contra a presença de Donald Trump no país asiático.

«Pode ser em Déli ou em Gujarate; os activistas do partido irão protestar, sem dúvida», disse, citado pelo portal India Today.

O dirigente comunista indiano acusou o presidente norte-americano de, com a visita, «vir dinamizar a economia dos EUA à custa dos interesses da Índia». Disse ainda que Narendra Modi «vai gastar milhares de milhões de dólares na aquisição de equipamento militar dos EUA, resgatando a economia norte-americana, enquanto destrói a indiana».

Por seu lado, o secretário-geral do Partido Comunista da Índia (PCI), Doraisamy Raja, declarou à imprensa que «os partidos de esquerda vão levar a cabo protestos contra a visita de Donald Trump, entendendo que existem várias razões que o justificam».

«Em vez de seguir uma política externa independente, a Índia está a sucumbir à pressão dos EUA em cada matéria», criticou, acrescentando que o país subcontinental «se está a tornar subserviente em relação ao poder imperialista da América».

«Nós não concordamos com isto. Não podemos ficar calados sobre estes temas», declarou ao rediff.com, mostrando-se ainda confiante no carácter unitário e abrangente dos protestos que terão lugar daqui a dez dias.

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