O protesto que terá lugar no próximo dia 18 de Março junto à Casa Branca, na capital federal dos Estados Unidos, coincide com o 20.º aniversário da «criminosa invasão norte-americana do Iraque» e pretende deixar claros a exigência de «Paz na Ucrânia», o repúdio pelas «guerras intermináveis dos EUA» e a reivindicação de fundos para «as necessidades das pessoas, não para a máquina de guerra».
Num texto divulgado no portal da Answer Coalition, subscrito por quase 90 organizações de esquerda, ecologistas, anti-imperialistas, do movimento pela paz, solidárias com os povos do mundo, sublinha-se que, «desde 2003, os Estados Unidos aplicaram sanções (guerra económica a mais de 40 países», estando entre os visados os povos de Cuba, do Irão, do Zimbabwe, da Venezuela, da Etiópia, da Eritreia.
Entre outras reivindicações, os manifestantes exigiram, este domingo, o início de conversações de paz na Ucrânia, menos dinheiro para o Pentágono e a dissolução da NATO. Milhares de pessoas juntaram-se ontem de manhã no Lincoln Memorial, na capital federal dos Estados Unidos e, por volta das 12h30 (hora local), seguiram em direcção à Casa Branca. A mobilização foi convocada por um grupo variado de organizações – libertários, verdes, progressistas, pacifistas, entre outros –, sob o lema «Rage against the War Machine» (ira contra a máquina de guerra). Um dos objectivos previamente anunciados era chegar à sede da administração norte-americana, para deixar as exigências dos manifestantes no gabinete do presidente Joe Biden, a quem se referiram como «belicista-em-chefe» (warmonger-in-chief). No decorrer da marcha, os manifestantes, entre os quais se encontravam figuras mediáticas, como comediantes, políticos e jornalistas, exigiram ao governo dos EUA que acabe com o financiamento militar à Ucrânia e que essas verbas sejam destinadas aos problemas sociais do país, refere a TeleSur. Ao intervir, o comediante Jimmy Dore sublinhou que «os dois partidos dos EUA», em alusão a Republicanos e Democratas, «apoiaram o envio de mais de 100 mil milhões para Ucrânia, em vez de os gastar a salvar vidas num sistema de Saúde universal. Preferem gastá-los a tirar vidas fora deste país, a sua especialidade». Lembrando que os EUA são responsáveis pela instabilidade política na Ucrânia, ao «apoiar» o golpe de Estado de 2014 e ao sabotar os acordos de Minsk, os manifestantes em Washington exigiram que a Casa Branca deixe de enviar mais fundos para a guerra, que promova negociações de paz e ajude a evitar uma escalada que conduza a uma guerra nuclear de consequências inimagináveis. Reivindicaram também a dissolução da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), a redução do orçamento destinado ao Pentágono e o fim da Agência Central de Inteligência (CIA). Travar a inflação no país, a liberdade de Julian Assange e o fim do imperialismo norte-americano foram outras preocupações expressas pelos manifestantes em Washington, que exibiam cartazes com esta variedade de temas, também em solidariedade com a Palestina, a declarar que a China e a Rússia «não são inimigos» ou a criticar o papel assumido pelos EUA em países como o Iraque, o Afeganistão, a Líbia, a Síria ou o Iémen. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Norte-americanos manifestam-se em Washington contra a guerra e a NATO
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No caso da Síria, até mesmo no contexto do recente terremoto devastador, Washington se recusou a abandonar a política de «cruéis sanções», denuncia o documento, que lembra ainda que as bases e os «comandos» norte-americanos cobrem a maior parte do mundo. «É um império global», alerta.
Para os organizadores da marcha em Washington, a administração de Biden «está determinada a escalar a guerra na Ucrânia», sendo que os objectivos do envio de armamento e do treino das tropas ucranianas nada têm a ver com «os interesses do povo ucraniano, russo ou americano».
Pelo fim do intervencionismo, das sanções e do militarismo dos EUA
Alertando para «o risco de uma guerra nuclear catastrófica», defendem que «o povo deve agir». Para já, na manifestação de dia 18, os subscritores pretendem esclarecer a ligação existente entre os custos financeiros e humanos que o militarismo norte-americano tem tanto no estrangeiro como nos EUA.
O «retiro» do executivo de Trudeau em Hamilton, na província de Ontário, ficou marcado por protestos na segunda-feira, um dos quais a exigir ao governo do Canadá a saída da NATO. Membros da Hamilton Coalition to Stop The War realizaram uma concentração frente à Art Gallery local, esta segunda-feira, exibindo cartazes em que se lia «Não aos novos caças, não aos novos navios de guerra para a NATO» e «STOP à guerra por procuração na Ucrânia». O grupo, revela o portal cbc.ca, criticou a resposta do governo de Justin Trudeau à guerra na Ucrânia, bem como a decisão do governo de Otava de comprar 88 novos caças F-35 à norte-americana Lockeed Martin, que irão custar mais de 14 mil milhões de dólares. Doug Brown, co-presidente da Coligação de Hamilton contra a guerra, disse que a compra dos F-35 «é um desperdício terrível do dinheiro dos contribuintes», que devia ser direccionado para outras áreas, prioritárias. Em seu entender, quando o orçamento com as despesas militares aumenta, os outros, que garantiriam «segurança económica, ambiental e de saúde» aos canadianos, encolhem. Brown frisou ainda que o objectivo primeiro da compra não é defender o Canadá, mas «atar o país a uma estrutura militar comandada pelos EUA, para as operações ofensivas da NATO no estrangeiro». A este propósito, lembrou que foi assim, «desta forma destrutiva», que os F-18 canadianos actuaram na ex-Jugoslávia e na Líbia. Por seu lado, Ken Stone, também membro da Coligação anti-guerra, disse que a mobilização se enquadrava numa «semana de protestos na América do Norte contra as guerras da NATO». «No Canadá, nos Estados Unidos e também nalguns pontos da Europa, tem havido manifestações que se opõem às guerras dos EUA pelo mundo, incluindo a guerra por procuração da NATO na Ucrânia», disse. Para Stone, as origens da actual guerra na Ucrânia remontam à expansão da NATO para o Leste da Europa e ao incumprimento das promessas feitas à URSS; passam ainda pelo golpe de Maidan, pelo ataque às populações do Donbass e pelo não respeito pelos Acordos de Minsk. Com a guerra a arrastar-se, Ken Stone defendeu que Trudeau devia participar nos esforços diplomáticos com vista a acalmar o conflito e a encontrar uma solução negociada para ele, em vez de mandar mais armas e tanques para a Ucrânia. Na semana passada, a ministra canadiana da Defesa, Anita Anand, visitou Kiev, onde anunciou que o seu país ia enviar 200 veículos blindados para a Ucrânia. «O Canadá precisa de uma política externa independente. Devemos sair da NATO», destacou Ken Stone. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Protesto no Canadá contra política militarista de Trudeau e pela saída da NATO
Participar na diplomacia, não enviar mais armamento
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Além de negociações e paz na Ucrânia, vão exigir o fim da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), do militarismo e das sanções norte-americanos, reivindicar fundos para as necessidades das pessoas, dizer «não» a uma eventual guerra com a China, pedir o fim do apoio dos EUA ao «regime de apartheid» israelita, o fim da ingerência no Haiti e o fim do AFRICOM – Comando dos Estados Unidos para África.
Entre as pessoas e organizações que já declararam o apoio à manifestação de dia 18, estão The People's Forum, Codepink, Black Alliance for Peace, United National Anti-War Coalition, Veterans for Peace, Roger Waters, Odessa Solidarity Campaign ou Palestinian Youth Movement.
Cuba and Venezuela Solidarity Committee, Women Against Military Madness, Samidoun Palestinian Prisoner Solidarity Network, Committee of Anti-Imperialists in Solidarity with Iran, Stop the War Machine – New Mexico, National Immigrant Solidarity Network, Friends of Latin America ou China-US Solidarity Network são outras das dezenas de organizações subscritoras, algumas das quais canadianas. A lista actualizada está acessível no portal answercoalition.org.
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