Na passada quarta-feira, a juíza Gabriela Hardt condenou o ex-presidente petista a 12 anos e 11 meses de prisão, no âmbito do processo conhecido como «Sítio de Atibaia», acolhendo a argumentação do Ministério Público Federal, de acordo com a qual Lula participou num esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, e lucrou «conscientemente» com as obras efectuadas numa casa de campo em Atibaia, no interior de São Paulo.
A defesa do antigo sindicalista e presidente da República afirma que não existem provas de que as reformas na propriedade tenham qualquer ligação a um eventual esquema de corrupção.
Ontem, frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, capital do estado do Paraná e onde Lula está preso desde 7 de Abril de 2018, os senadores Jaques Wagner e Humberto Costa, do Partido dos Trabalhadores (PT), criticaram a sentença de Hardt e sublinharam a ideia de que o ex-presidente é um preso político, indica o Brasil de Fato.
Participando numa mobilização frente à Direcção Nacional do PT, em São Paulo, o ex-candidato à presidência do Brasil Fernando Haddad disse que a luta por «Lula livre» e a luta dos trabalhadores contra os retrocessos não podem ser dissociadas: «Nós não queremos passar o pano em nada. Mas queremos imparcialidade, queremos justiça. Queremos que toda a decisão de um juiz seja baseada em provas, e não em convicções», frisou.
Apoio popular
Em declarações ao Brasil de Fato, a assistente social Zelma Sanches afirmou que decidiu participar no acto político porque considera injustas as duas condenações de Lula, ambas no contexto da operação anti-corrupção Lava Jato.
«Eu quero a liberdade do Lula, o melhor presidente que o país já teve. Um presidente que lutou pelo pobre, que deu condição para o pobre estudar, que levou luz para todos no Nordeste, no país inteiro. Não se pode condenar uma pessoa pela reforma de um sítio onde nada foi provado», declarou.
Por seu lado, a professora Maria Cristina Silva Santos defendeu que existe uma clara estratégia de perseguição. «É óbvio, é nítido que faz parte de uma armação para destruir quem tanto deu força para o povo brasileiro», disse.
Márcia Fukelmann, chef de cozinha e militante do PT, mostrou-se preocupada com a soma das penas. «[O Lula] tem 73 anos. Com duas condenações, é como uma prisão perpétua», lamentou.
De acordo com o portal brasileiro, houve ainda mobilizações e actos políticos de apoio ao ex-presidente em Porto Alegre (estado do Rio Grande do Sul), Florianópolis (Santa Catarina), Palmas (Tocantins), Belo Horizonte (Minas Gerais) e Cuiabá (Mato Grosso).
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui