«Não consideramos que nenhuma terra esteja libertada até que o Exército Árabe Sírio (EAS) entre nessa localidade e lá coloque a bandeira nacional. Isto aplica-se a qualquer ponto do território sírio», disse Mohammad Ramez Tardjaman em entrevista à Ria Novosti, publicada esta segunda-feira e citada pela Sputnik News e a PressTV.
Recentemente, as chamadas Forças Democráticas Sírias (FDS), maioritariamente curdas e apoiadas pela coligação liderada pelos EUA, anunciaram a libertação da cidade de Raqqa – localizada na província síria homónima, no Norte do país – dos terroristas do Daesh.
O facto ocorre na sequência de uma operação militar no terreno lançada em Junho último e após anos de bombardeamentos por parte da coligação internacional – não coordenados com o governo de Damasco.
O ministro sírio da Informação considerou a conquista do antigo bastião do Daesh na Síria «um facto positivo», mas sublinhando que, nas mãos dos curdos, a cidade não está ainda libertada: «Não importa que esteja lá o Daesh ou qualquer outro grupo ou organização», pois, para que se possa considerar Raqqa uma cidade libertada, o EAS tem de entrar nela e assumir o controlo, frisou.
Mohammad Ramez Tardjaman disse ainda que «o governo sírio jamais aceitará qualquer acordo que viole a unidade nacional e a soberania da Síria», referindo-se a «compromissos e tréguas» assumidos pelas forças que controlam Raqqa, que partem «erradamente» do princípio de que vão conduzir ao «federalismo, confederalismo ou à autonomia», quando Damasco nunca foi chamada a pronunciar-se sobre a questão.
Sobre certas «demarcações fictícias, como "Eufrates Leste" e "Eufrates Oeste", que os EUA e os seus aliados têm estado a promover», o ministro sírio afirmou que o governo de Damasco «não lhes atribui qualquer importância» e que «jamais as reconhecerá».
Estas declarações parecem aludir à libertação anunciada de Raqqa e à declaração subsequente das FDS, de acordo com a qual a cidade irá fazer parte de um sistema de «governo federal» no Norte do país.
O presidente norte-americano, Donald Trump, deu grande significado à «libertação» da cidade, que atribuiu às mudanças por ele implementadas na estratégia militar dos EUA.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui