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Há uma «pressa suspeita em concessionar» o Coliseu do Porto

A propósito da realização da Assembleia Geral da Associação de Amigos do Coliseu do Porto, a CDU condena o «ardiloso plano de tentar passar a concessão despercebida à maioria do povo do Porto».

A CDU acusa o Governo, a Câmara Municipal do Porto e a Área Metropolitana do Porto de terem forçado a realização da assembleia geral, esta sexta-feira
Créditos / CDU

«A CDU condena a falta de transparência em todo este processo» e sublinha que a realização, esta sexta-feira, da Assembleia Geral da Associação de Amigos do Coliseu do Porto «nas actuais circunstâncias» – com funcionários de apoio de máscaras e luvas na sala, num contexto de emergência relacionado com o Covid-19 – «revelou uma pressa suspeita em concessionar o Coliseu e demonstrou uma falta de respeito por todos os que em tempos tiveram um papel importante na sua defesa e pelos portuenses», lê-se numa nota à imprensa ontem emitida.

Rui Sá, eleito da CDU na Assembleia Municipal do Porto, esteve presente na assembleia geral em representação da AECOD – Associação de Eleitos Comunistas e Outros Democratas, tendo requerido, ainda antes da ordem de trabalhos, a suspensão imediata do encontro.

Alegou que, dada a importância do assunto que se pretendia votar – a concessão do Coliseu –, a assembleia não deveria ser realizada quando os seus associados poderiam estar sujeitos a constrangimentos – decorrentes da situação de emergência relacionada com o novo coronavírus.

A CDU acusa o Governo, a Câmara Municipal do Porto (CMP) e a Área Metropolitana do Porto (AMP) de terem forçado a realização da assembleia – «num ambiente surreal, com todos os funcionários de apoio de luvas e de máscaras, tal como diversos associados» –, insistindo assim «em votar uma decisão desta importância neste contexto» e aproveitando também a situação «para procurar evitar a presença de uma boa parte dos associados».

«Opção ideológica de defesa de concessões a grupos privados»

Ao intervir, o representante da AECOD denunciou que a proposta apresentada por Governo, CMP e AMP não tem por base «nenhuma inevitabilidade, antes correspondendo a uma opção ideológica de defesa de concessões a grupos privados», e, em simultâneo, a «uma desresponsabilização destes organismos públicos» pelo funcionamento da emblemática sala de espectáculos da cidade, lê-se na nota.

Rui Sá «demonstrou» a existência de várias alternativas para o financiamento das obras do Coliseu, mantendo-o sob «a gestão directa da Associação de Amigos», e classificou como «opaca» e como um «tiro no escuro» a proposta apresentada pelos «três associados institucionais», uma vez que «ninguém, na sala, conseguia determinar o valor do investimento a efectivamente realizar e, consequentemente, a apresentar propostas tendo em conta esse dado concreto», revela ainda o documento.

A CDU refere que os associados que tomaram a palavra na assembleia manifestaram «críticas e reservas» quanto a uma proposta que, «na prática, significa, também, o esvaziamento da Associação de Amigos do Coliseu», lamentando, no entanto, que, dos associados colectivos presentes, só a AECOD tenha votado contra a mesma.

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