A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) acusa os grandes hipermercados de praticar «uma autêntica “ditadura” comercial com que esmagam, em baixa, os preços à produção nacional, enquanto promovem as importações desnecessárias e sem controlo eficaz», denunciam num comunicado.
A CNA afirma que, desta forma, os grandes hipermercados contribuem também para agravar os défices do país – o alimentar e o da balança de pagamentos agro-alimentar. Denuncia ainda o que considera práticas comerciais «mais do que abusivas», dando o exemplo das «promoções» e das «marcas brancas» (as suas marcas próprias) como «expedientes com que especulam e, na prática, espoliam os seus fornecedores de direitos de propriedade material e intelectual sobre os respectivos produtos».
A confederação alerta ainda para o aproveitamento dos grandes hipermercados da falta de informação e do baixo poder de compra da população «para manipular preços e marcas e, também assim, acirrar a concorrência entre as várias cadeias de distribuição/comercialização, sempre à custa dos fornecedores e dos próprios consumidores».
O comunicado afirma ainda que é perante estas práticas que os produtores de leite «estão a perder muito dinheiro para continuarem a produzir», e que a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) vem a público criticar quem combate publicamente «a "ditadura" comercial imposta pela grande distribuição».
A confederação sublinha como suas reivindicações: a defesa da produção nacional e da soberania alimentar; a necessidade de regulamentação pela via legislativa e a fiscalização da actividade comercial dos grandes hipermercados.
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