«A assembleia-geral da CNA assinalou […] com grande preocupação a notícia de que a água começou a ser negociada como recurso em contratos futuros na bolsa de Nova Iorque. Trata-se de um ataque predatório do sistema financeiro e do grande poder económico aos recursos naturais, essenciais à agricultura, ao ambiente e à vida», revela a confederação num comunicado divulgado na sua página da internet.
Depois da privatização da água em muitos países, os agricultores defendem que este recurso vital fica agora «ainda mais submetido ao interesse especulativo», agravando a «vulnerabilidade» dos camponeses, comunidades e das populações mais frágeis.
A CNA mostra-se ainda apreensiva com o acordo de parceria entre a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fórum Económico Mundial (FEM) para a organização da cimeira das Nações Unidas sobre sistemas alimentares.
Tendo em conta que produz «mais de 80% dos alimentos do mundo», a confederação admite que a agricultura familiar devia «ocupar a centralidade» desta cimeira, «particularmente durante a Década das Nações Unidas para a Agricultura Familiar (2019-2029)». Prosseguindo a luta pela «urgente e necessária» concretização do Estatuto da Agricultura Familiar, a CNA promove um debate online sobre o tema, esta sexta-feira, às 15h30.
A água começou a ser negociada como recurso (commodity) em «contratos futuros» na bolsa de Nova Iorque, à semelhança do que já acontece com o petróleo ou o ouro, mas sem poder ser fisicamente transaccionada, segundo avançou a Bloomberg no início de Dezembro.
A agência financeira alega que a negociação deste bem essencial salienta as preocupações de que o recurso natural que suporta a vida pode ficar escasso em várias partes do mundo. Os «contratos futuros», acordados financeiramente, não implicam a transacção do bem negociado e estão baseados no índice de Água Nasqaq Veles Califórnia, lançado há dois anos.
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