Depois da informação avançada em Junho, os dados conhecidos hoje apresentam-se como um novo recorde. O desemprego registado, segundo o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, atingiu em Julho «o valor mais baixo desde Dezembro de 1991», quando se registavam 296,6 mil desempregados inscritos.
O Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) afirma que a diminuição no número de desempregados registados em Junho, face a Julho do ano passado, é reflexo de uma descida em «todos os grupos de desempregados», e destaca o contributo dos homens e os adultos com mais de 25 anos, inscritos há um ano ou mais no centro de emprego, dos que procuravam novo emprego e dos que possuem como habilitação escolar o primeiro ciclo básico.
A redução traduziu-se em menos 33 297 indivíduos inscritos do que em Julho de 2018 e menos 901 desempregados inscritos do que em Junho deste ano. Os valores divulgados pelo IEFP não englobam os milhares de desempregados que não se inscrevem pelo facto, entre outros, de não reunirem as condições para aceder ao direito ao subsídio de desemprego.
Por outro lado, o emprego criado surge cada vez mais alicerçado em aspectos como a precariedade e os baixos salários, que as alterações à legislação laboral promulgadas pelo Presidente da República, não só agravam, como perpetuam.
A nível regional, comparando Julho deste ano com igual mês do ano passado, o desemprego registado diminuiu em todas as regiões do País. As maiores descidas verificam-se nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (-11,9%), na Região Autónoma dos Açores (-11,1%) e na região do Norte (-10,7%).
O facto de a economia estar a crescer a um ritmo positivo ao longo de vários trimestres consecutivos, associado ao fenómeno do trabalho sazonal, com maior expressão entre os meses de Maio e Setembro, estará na base da descida. Da mesma forma, convém não esquecer que a limitada, mas fundamental, política de devolução dos rendimentos permite a melhoria das condições de vida dos trabalhadores, ao mesmo tempo que impulsiona o crescimento da economia, criando mais emprego.
A evolução reforça a necessidade de avançar com políticas que atendam aos direitos e à valorização salarial para enfrentar a tendência de desaceleramento do crescimento económico.
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