«A primeira e mais urgente medida passa por o Governo assumir as suas responsabilidades em medidas excepcionais, tendo em conta que houve perda de vidas e destruição de casas», disse Jerónimo de Sousa, este sábado, à agência Lusa, no decorrer de uma visita a uma das zonas do concelho de Gondomar que mais sofreram com os incêndios que lavraram na segunda semana de Agosto. Neste concelho do distrito do Porto foram também fustigadas zonas como Melres, São Pedro da Cova, Jovim, Valbom e Foz do Sousa.
Considerando ser «prematuro fazer um balanço» sobre a época de incêndios florestais, o secretário-geral do PCP sublinhou, no entanto, a necessidade de «fazer um levantamento da dimensão e do grau de destruição» e defendeu o retorno dos guardas-florestais, refere a Lusa.
«A vida está a mostrar que foi um erro acabar com os guardas-florestais. A GNR, por muito que se esforce, não consegue responder ao que era uma missão dos guardas-florestais. O PCP defende que deveria ser retomada essa especialidade no plano da prevenção», afirmou Jerónimo de Sousa.
Ordenamento, arborização e apoio aos bombeiros
O líder comunista afirmou ainda que muitos dos incêndios em Portugal são consequência do «processo de desertificação», na medida em que «o abandono das terras leva à desresponsabilização», e defendeu a importância do «ordenamento e da limpeza da floresta».
Alertando para os desequilíbrios ao nível da arborização, porque «se está a abdicar da plantação de árvores tradicionais e o eucalipto está a atingir uma dimensão enorme», Jerónimo de Sousa disse à Lusa que o apoio aos bombeiros é fundamental: «Não podemos esquecer que muitas corporações viram os seus efectivos reduzirem-se devido à emigração. É preciso reforçar as equipas», afirmou, garantindo que o grupo parlamentar do PCP vai manter o «tema na ordem do dia» na Assembleia da República.
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