«Só conhecemos ruínas, roulotes e tendas», «Quem limpa as estradas?» e «Como desenvolver a indústria queimada?» foram algumas das denúncias que as vítimas dos incêndios estamparam em cartazes para a concentração realizada esta manhã.
Promovida pelo Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e pela Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (Adaco), a iniciativa visava reclamar ao Governo, e em particular do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, as ajudas necessárias depois dos incêndios de Outubro.
No topo das prioridades está a recuperação das casas, com as três entidades a reivindicar uma «rápida e desburocratizada recuperação das habitações ardidas». Em declarações aos jornalistas presentes no local, Nuno Pereira, do MAAVIM, denunciou que, no levantamento realizado «constam 1707 casas mas serão à volta de duas mil, porque muita gente não está nesses levantamentos».
As vítimas reclamam ajudas que compensem as perdas sofridas com os incêndios e reivindicam a suspensão do «processo repressivo da "limpeza da floresta"».
No plano agrícola, adiantam que os caminhos, as acessibilidades, as infra-estruturas e até vários equipamentos públicos ou privados continuam destruídos, defendendo a criação de parques de recepção de madeira queimada («salvada») com preços à produção e a serem geridos pelo Ministério da Agricultura.
As críticas recaem ainda sobre o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que «não pára de falar nos apoios para a revitalização das áreas ardidas no Pinhal Interior», denunciando em seguida que «os concelhos afectados pelos incêndios de Outubro ficam praticamente de fora de apoios reais».
Na indústria, onde a escassez de apoios já levou à cessão de actividade por parte de algumas empresas, as três entidades adiantam que «o Ministério do Planeamento pagou até ao momento pouco mais de 10%», apesar do alerta de que «as empresas precisam de se reerguer, urgentemente».
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