Na passada sexta-feira, Milei publicou uma mensagem numa rede social sobre $LIBRA, uma criptomoeda que, segundo ele, visava «incentivar o crescimento económico, financiando pequenas empresas e empresas em desenvolvimento».
Entretanto, o valor da moeda entrou em colapso e afectou mais de 40 mil pessoas, com prejuízos superiores a 4000 milhões de dólares, o que levou quatro advogados a acusarem o presidente argentino de participar num alegado golpe de que decorreriam os delitos de «associação criminosa», «burla» e «violação dos deveres de um funcionário público».
Ligado ao nome do Presidente da Argentina, que numa entrevista editada pelo canal TN, do grupo Clarín, como o AbrilAbril mostrou nas redes, se tentou desvincular da responsabilidade, surge o do promotor da moeda, Hayden Mark Davis, que se terá gabado de «controlar» Milei através de subornos à irmã deste – secretária-geral da Presidência reconhecida como uma das principais conselheiras de Milei –, tendo lucrado mais de 100 milhões de dólares nas primeiras horas após a publicação do post do Presidente argentino.
Recorde-se que Javier Milei é idolatrado pela Iniciativa Liberal (IL), e gera no partido um entusiasmo indisfarçável, umas vezes de forma mais aberta e outras de forma mais resguardada. Aliás, segundo o Observador, «no primeiro dia da IX Convenção Nacional do partido não faltou gente a celebrar, a partir do palco e fora dele, o ídolo argentino — houve mesmo quem se passeasse com uma camisola da selecção argentina, com o número dez e o nome Milei nas costas».
As políticas de Milei têm sido alvo de grande contestação e repúdio por parte dos argentinos, pela política de austeridade, fome e precariedade levada a cabo pelo seu governo, mas também pela entrega dos recursos naturais do país a empresas transnacionais.
Entretanto, o deputado Bernardo Blanco, uma das coqueluches da IL, ao ser questionado no podcast Facto Político, sobre se votaria em Milei, nem hesitou: «Obviamente, não há qualquer dúvida.»
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