Largas centenas de milhares de jovens estão a faltar hoje às aulas para participar em protestos por todo o mundo, num total de 112 países, tendo como objectivo exigir dos respectivos governos acções concretas contra as alterações climáticas.
Os protestos têm como lema «Fazer greve por um clima seguro» e culminam uma série de manifestações iniciadas em 2018 pela sueca Greta Thunberg, de 16 anos.
Em Portugal, milhares de estudantes de variados graus de ensino, sobretudo do Secundário, realizaram protestos em 26 cidades, entre as quais Lisboa, Porto, Coimbra, Aveiro, Covilhã, Évora e Faro, bem como nos arquipélagos da Madeira e dos Açores.
Os estudantes em protesto manifestam preocupação com o seu futuro e do planeta, assinalando que as questões do clima têm de ser encaradas de forma séria e, sentindo que o que está a ser feito não é o suficiente, exigem que sejam tomadas medidas urgentes antes que seja tarde de mais.
Em Lisboa, milhares de estudantes partiram esta manhã do Largo Camões até à Assembleia da República, onde permaneceram concentrados em protesto para exigir que sejam tomadas medidas efectivas contra as alterações climáticas, gritando que «não há planeta B».
Mónica Vicente, de 21 anos, estudante do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, sublinhou ser essencial «mudar a forma como se trata o planeta», mas frisou que para isso é fundamental «mudarmos de sistema», atribuindo as responsabilidades da destruição ambiental ao capitalismo.
A jovem estudante fez questão de frisar que é preciso um outro sistema que coloque o bem-estar colectivo em primeiro lugar, invés do actual que coloca o capital, tendo sublinhado que, actualmente, apenas cerca de «100 multinacionais são responsáveis por 71% das emissões dos gases que provocam o efeito estufa»
Em Coimbra, a zona em frente da Câmara Municipal também tornou-se pequena para tantos alunos que se foram ali concentrando, com cartazes onde se podia ler «A terra está com febre», «Mudem a política, não o clima» e «Queremos mudança e é para já. Estamos fartos de blá blá blá».
Duarte Antão, de 18 anos, estudante do primeiro ano da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e um dos membros da organização da greve nesta cidade, vincou que o mundo só tem «12 anos para actuar», depois disso «será como pôr um penso numa fratura exposta».
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