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«Presidente da República acolhe grandes interesses económicos que 'reinam' no Douro»

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) contesta o veto presidencial ao novo estatuto da Casa do Douro, defendendo que acolhe os interesses dos grandes grupos económicos. 

Um vitivinicultor da Região Demarcada do Douro coloca uma faixa na estátua de Antão Fernandes de Carvalho, símbolo dos Paladinos do Douro, durante concentração promovida pela Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro (Avidouro) contra a entrega da Casa do Douro à Federação Renovação do Douro, Régua, 17 de Junho de 2015
CréditosJosé Coelho / Agência Lusa

A CNA denuncia numa nota enviada ao AbrilAbril que o reenvio ao Parlamento, pelo Presidente da República, do projecto de lei aprovado em 5 de Abril, que determinava o regresso da Casa do Douro à esfera pública, «vem acolher as posições» manifestadas designadamente pelos «partidos do "contra"» e pelos «grandes interesses económicos que "reinam" no Douro». 

No entender da Confederação, as casas exportadoras e outros grandes interesses económicos e políticos, «que sempre têm explorado o Douro e as suas gentes impondo-lhes, na produção, o mais baixo preço possível», «nunca esconderam que a histórica e genuína Casa do Douro lhes estava "atravessada na garganta" enquanto instituição dos lavradores durienses, construída exactamente para fazer frente a esses mesmos grandes interesses económicos e assim defender a lavoura» na Região Demarcada do Douro. 

A CNA insiste que a posição tomada pelo Presidente da República contribui para adiar a resolução de um «problema grave», no qual estão implicados mais de 25 mil vitivinicultores, e exorta os partidos (PS, BE, PCP e PEV) que aprovaram o diploma a manterem-se firmes na defesa da proposta.

Enquanto associação de direito público, a Casa do Douro foi extinta pelo governo do PSD e do CDS-PP, em 31 de Dezembro de 2014, dando cumprimento a um decreto-lei publicado meses antes e que extinguiu também os postos de trabalho. 

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