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Um dos rostos da austeridade e empobrecimento terá a pasta das Finanças na UE

Ursula von der Leyen apresentou a composição da próxima Comissão Europeia. Maria Luís Albuquerque, um dos rostos da austeridade, terá a pasta dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento.

CréditosNuno Veiga / Lusa

Maria Luís Albuquerque, ex-ministra das Finanças do Governo PSD-CDS-PP, ávida defensora da política de austeridade e do empobrecimento geral dos trabalhadores como «mal necessário» para defender as grandes fortunas, será a titular de uma das principais pastas da Comissão Europeia. 

O percurso da ex-governante conta com a destruição das funções sociais do Estado, com o conluio com a banca, nomeadamente com o BES, com a privatização da TAP que lesou o Estado e com a posterior passagem pela Morgan Stanley, uma das instituições financeiras com quem negociou contratos swap quando esteve no governo. 

A sua escolha para a pasta confirma o que todos já sabiam: não há uma alteração da política de fundo da Comissão Europeia, antes haverá uma intensificação das traves mestras do neoliberalismo. 

A ex-ministra terá nas mãos os instrumentos para impor ainda mais dificuldades aos Estado e retirar-lhe soberania, isto numa altura em que o executivo liderado por Ursula von der Leyen procurará aplicar as recomendações do relatório Draghi, um documento que visa legitimar uma política que favoreça os grande grupos económicos. 

No anúncio da escolha, Von der Leyen defendeu que um dos papéis de Maria Luís Albuquerque será «completar a nossa União do Mercado de Capitais», um processo que irá desproteger ainda mais os Estados mais fragilizados. «Maria Albuquerque será excelente nessa pasta porque tem uma vasta experiência como ministra das Finanças, mas também uma enorme experiência no sector privado», disse a presidente da Comissão Europeia aos jornalistas. 

Já Luís Montenegro, em comunicado, sem nunca referir qual o impacto desta escolha na vida dos povos e dos trabalhadores, diz que a pasta que Maria Luís Albuquerque irá ocupar «trata-se de uma matéria central para a Europa e para Portugal, tendo em vista a diversificação das fontes de financiamento com o objectivo de promover o crescimento e o investimento económicos». 

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