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|Governo PSD/CDS-PP

Visão de Montenegro para o país assenta numa realidade paralela

Na Universidade de Verão do PSD, o primeiro-ministro, ignorando o descontentamento crescente, o multiplicar de acções de luta e o facto de governar em maioria relativa, disse que a sua convicção «é que, neste momento, o país está com o Governo».

CréditosTiago Petinga / EPA

Na linha do que tem sido o seu discurso, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na qualidade de presidente do PSD, deslocou-se à Universidade de Verão do seu partido para negar a realidade e defender o direito a governar com um cheque em branco. O discurso de quase 40 minutos não procurou colocar as medidas para resolver os graves problemas do país, mas antes alimentar falsas disputas com PS e Chega. 

Um dos momentos marcantes foi quando Luís Montenegro disse que a sua «convicção é que, neste momento, o país está com o Governo». Esta afirmação ousada vem num momento em que os utentes têm cada vez mais dificuldades no acesso aos serviços de urgência dado o constante encerramento das mesmas. 

O primeiro-ministro, situando o discurso numa suposta disputa em torno do Orçamento do Estado, optou por nunca referir, a título de exemplo, o facto do Governo ter falhado a concretização de quase 70% das medidas urgentes do intitulado «Plano de Emergência da Saúde» ou o facto do Plano de Verão para as urgência ter agravado a situação vivida no SNS. No mesmo sentido, Luís Montenegro optou também por não abordar o início do ano lectivo. Importa recordar que se o ano letivo começasse hoje, 120 mil alunos não teriam professor a pelo menos uma disciplina.

Sem falar da realidade do país, Montenegro aproveitou para se defender das acusações de eleitoralismo, mas sem elaborar. «As oposições falam em medidas eleitoralistas. Mas eleitoralistas porquê? As eleições são só daqui a quatro anos. São em 2028. Quem fala eleitoralismo é quem está a pensar em eleições», disse o presidente do PSD. 

Certo ficou a postura de incómodo do primeiro-ministro que não aceita estar a governar em maioria relativa. Para Luís Montenegro «a verdadeira instabilidade política que há em Portugal é da oposição, que passa a vida a dizer uma coisa e o seu contrário, falam antes do tempo e são impulsivos». 

A negação da realidade também foi visível com a defesa da escolha de Maria Luís Albuquerque para comissária europeia. É unânime que a ex-ministra das Finanças foi um rosto de uma governação da troika, mas para Montenegro isso não é verdade. Para o primeiro-ministro, «os pais e as mães» da austeridade são os socialistas e afasta esse título da sua escolhida. Acontece que é a própria Maria Luís Albuquerque que defende publicamente a política restritiva, tendo participado num debate do Oxford Union enquanto um dos rostos europeus do pró-austeridade. 

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