Em declarações ao AbrilAbril, José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN) afirmou que a greve de hoje «está a ter uma forte adesão» em todas as empresas.
«Ainda não temos percentagens mas a adesão é claramente forte na CP, nas diversas empresas da Infraestruturas de Portugal (IP Telecom e IP Engenheria), tanto no sector ferroviário como no rodoviário, onde há uma paralisação muito significativa, na ordem dos 90%. Na EMEF, as oficinas estão encerradas ou com muito poucos trabalhadores», salientou o coordenador da Fectrans.
«Todos os comboios de longo curso e regionais foram suprimidos até agora, basta olhar para o placard e assim devem continuar ao longo do dia. Alguns urbanos da CP têm circulado mas a maioria está parada, as bilheteiras e restantes serviços comerciais estão encerrados», acrescentou.
Por sua vez, a porta-voz da CP, Ana Portela, adiantou à agência Lusa que entre a meia-noite e as 8h estavam previstos 119 comboios em Lisboa, mas realizaram-se apenas 58.
«No Porto, estavam previstos 50 e realizaram-se 21 até às 8h. Nos totais gerais do País, estavam previstos 257 e foram feitos apenas 89, ou seja, só os urbanos de Lisboa e Porto», disse.
As greves de 24 horas dos trabalhadores ferroviários, iniciada à meia-noite de hoje, está a afectar a circulação de comboios em todo o País, não havendo serviços mínimos ou transportes alternativos.
Boa vontade do ministro «só tem eficácia se for acompanhada de actos concretos, o que não aconteceu».
As conclusões da reunião realizada a 16 de Novembro, que juntou todas as estruturas sindicais e comissões de trabalhadores, destacam como motivos para a greve «a degradação da actividade das empresas, em particular no transporte ferroviário». Estas acusam o Governo e as administrações de se socorrerem de «muitos anúncios, mas poucas medidas para responder aos problemas de imediato dos utentes e dos ferroviários», no sentido de um «serviço público ferroviário e de qualidade».
Outro dos motivos passa pela inexistência de um plano, por parte do Governo e da CP, para recuperar o material circulante imobilizado, levando à surpressão diária de dezenas de circulações. Além disso, na EMEF continua a haver muitos constrangimentos à sua actividade, como entraves à aquisição de material. É afirmado também que «todas as empresas continuam sem os trabalhadores necessários para darem resposta às suas obrigações», o que explica o estado de degradação do sector.
No plano negocial, as estruturas afirmam que não houve nenhuma reunião na CP para discussão efectiva de qualquer matéria, quando foi acordado que o resultado desta negociação tem efeitos a 1 de Outubro passado. Na EMEF, o processo foi suspenso pelo Governo, em Setembro, sem qualquer justificação. Quanto à IP, tem havido negociações, mas a discussão das questões centrais foi remetida para o próximo ano.
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