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Estudantes manifestaram-se em defesa da Escola Pública

Mais de um milhar de estudantes do Ensino Secundário saíram às ruas esta quarta-feira, em vários pontos do País, para exigir obras nas escolas e a contratação de mais funcionários.

Manifestação da estudantes em Lisboa, 20 de Março de 2019Créditos
Créditose.agora24m / Instagram

Ao todo, foram mais de 300 alunos que protestaram durante toda a manhã pelas ruas de Lisboa, em direção à residência oficial do primeiro-ministro. Em simultâneo, em vários pontos do País, como no Seixal e no Porto, outras centenas também saíram às ruas para exigirem melhores condições nas escolas.

Os estudantes responderam assim ao apelo lançado pela Associação de Estudantes (AE) da Escola Secundária Camões, de Lisboa, para exigir a realização ou retoma das obras nas suas escolas, a contratação de mais funcionários e o fim dos exames nacionais.

Na capital, os estudantes de várias escolas da região concentraram-se por volta das 10h30 na rotunda do Marquês de Pombal, tendo descido a Avenida da Liberdade e passado pelo Largo Camões, rumo ao Parlamento, gritando palavras de ordem para exigir que o Governo avance com «as promessas feitas».

«Andamos a ouvir isso há muitos anos. São promessas e mais promessas que nunca se cumprem. Agora, só quando virmos as obras começar é que vamos parar», disse à Lusa Carolina Marreiros, aluna da Escola Secundária Camões, que relembrou que «já caiu uma vez o telhado».

Já Isaac Cardoso, aluno da Escola Artística António Arroio, frisou que as obras naquela escola estão suspensas desde 2011. «Há nove anos que não temos um sítio para comer e temos de comer no chão. A escola só tem seis micro-ondas e por isso a maioria de nós come a comida fria», denunciou.

Tomás Cardoso, da AE daquela escola artística, lembrou ainda o impacto da falta de pessoal. «Temos uma funcionária por piso, se ela falta não há aulas nesse andar», acrescentando que o mesmo acontece no bar e na papelaria, bem como as «filas gigantes» que não permitem «comprar o material a tempo».

No final do protesto, uma comitiva de estudantes deixou na residência oficial do primeiro-ministro um apelo por «uma escola pública gratuita e de qualidade», que foi assinado por dezenas de associações de estudantes de Norte a Sul do País.

Maré de estudantes nas ruas do Seixal

Por sua vez, em simultâneo ao protesto em Lisboa, no concelho do Seixal, cerca de 800 estudantes – oriundos das escolas secundárias Manuel Cargaleiro, Alfredo Reis Silveira, Amora, José Afonso e João de Barros –, também saíram para as ruas.

Os números foram confirmados por Daniel Rodrigues, presidente da AE da Escola Secundária Manuel Cargaleiro, em declarações ao AbrilAbril, que declarou ser um «feito inédito» na região e um «sinal claro» de que os estudantes «querem respostas do Governo para os seus problemas».

«Todas estas escolas foram, durante décadas, alvo de políticas de desinvestimento e desresponsabilização por parte de sucessivos governos. As consequências estão claramente à vista: os telhados de amianto continuam por retirar, os balneários e casas de banhos estão degradadas, há uma crónica falta de funcionárias», afirmou.

O estudante frisou ainda a necessidade de obras em várias escolas, dando como exemplo a Manuel Cargaleiro e Alfredo Reis Silveira, e sublinhou a existência de obras iniciadas pela Parque Escolar que continuam por acabar, tendo dado como o exemplo a secundária João de Barros, em Corroios, onde os alunos não têm um pavilhão gimnodesportivo e «continuam a ter aulas em contentores sem condições».

Com agência Lusa​​​​​​​​​​​​​​

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