O último dia de campanha eleitoral tem a marca de declarações de dirigentes políticos e candidatos que atestam das prioridades de cada partido para a próxima legislatura.
PSD e PS persistiram nas tricas sobre os respectivos programas no que respeita à condução das finanças públicas e aos seus cenários macroeconómicos. Mário Centeno, candidato do PS, chegou mesmo a afirmar que o programa do PSD, nesta matéria, é «uma aldrabice».
António Costa, por seu turno, pede aos portugueses para «não arriscarem» e votarem em opções que possam vir a retirar o PS do governo, fazendo por apelar a sentimentos de receio para fazer ressurgir a lógica do «voto útil».
Rui Rio, líder do PSD, foi claro ao destacar os seus adversários, afirmando que «quem não for votar no PSD estará a reforçar o PS, o PCP e o BE». Teve ainda o apoio de Alberto João Jardim, antigo líder do governo da Região Autónoma da Madeira, que apostou no «caso de Tancos» para destaque da sua intervenção.
Em comício do BE, Francisco Louçã assinalou que o PS só foi governo porque BE e PCP «lhe deram a mão», referindo-se à importância de ambos os partidos na solução política da actual legislatura. E voltou a apostar na grande mensagem da campanha bloquista, que é apelar a que todos se mobilizem «contra a maioria absoluta».
A CDU, pela voz do secretário-geral do PCP, clarificou «que tudo o que de mais positivo foi possível alcançar nos últimos anos tem a marca da CDU», cujo reforço é indispensável para que não «se ande para trás». O líder comunista destacou «avanços» como os manuais escolares gratuitos, o aumento do abono de família, o fim do pagamento especial por conta e a redução da taxa de IVA na restauração, entre outros. Jerónimo de Sousa garantiu ainda que o PCP e o PEV participaram das soluções positivas da actual legislatura sem quaisquer «fins eleitoralistas», mas com o objectivo de «servir os trabalhadores e o povo». Mariana Silva, dirigente do PEV, lembrou os 37 anos do seu partido, passados a defender o ambiente, quando tal «ainda não era moda».
André Silva, do PAN, que tem defendido que o seu partido está para além de quaisquer ideologias, considerou ontem que o País poderia estar mais à frente se não tivesse tido governações com «força do travão do conservadorismo ideológico» e optou por atacar todos os partidos com assento parlamentar, recorrendo, em grande medida, ao preconceito e à ofensa, dirigidos com especial acuidade ao PEV.
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