A situação dos serviços de saúde foi o tema da reunião que esta terça-feira juntou a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Grândola, profissionais de saúde, eleitos do Município e de juntas de freguesia deste território do distrito de Setúbal.
A conclusão é de que existem muitas dificuldades nos cuidados de saúde primários, mas também ao nível dos hospitalares, tendo sido marcada uma acção de protesto e defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para o dia 6 de Maio, junto da estação de Corrreios de Grândola.
No diagnóstico apurado, e tornado público pela comissão de utentes, através de comunicado, são denunciadas situações como equipamentos degradados, dois meses de espera para consultas em várias extensões de saúde, mas também no Hospital do Litoral Alentejano, onde os utentes chegam a aguardar 420 dias por uma consulta de especialidade.
A reabertura de extensões de saúde e a imediata colocação de uma ambulância de Suporte Imediato de Vida no Centro de Saúde de Alcácer do Sal são algumas das reivindicações de utentes e autarcas. O diagnóstico dos serviços de saúde deste território do distrito de Setúbal não é novo, mas foi actualizado na reunião da passada sexta-feira, entre a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Alcácer do Sal, eleitos do Município e das juntas de freguesia, e profissionais de saúde. Do encontro saíram propostas de defesa e melhoria do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no concelho, tendo sido também aprovada uma acção de protesto, no dia 16 de Abril, em frente ao Centro de Saúde de Alcácer do Sal. Os participantes registam que a situação dos serviços de saúde no Litoral Alentejano «é grave», com «bastantes dificuldades» nos cuidados de saúde primários e hospitalares, e rejeitam o processo de transferência dos serviços públicos para os municípios. A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano critica a atitude «autoritária» do conselho de administração da Unidade Local de Saúde e já pediu esclarecimentos ao Governo. Assim que tomaram conhecimento da «má notícia», esta quarta-feira, os utentes rapidamente pediram esclarecimentos à Unidade Local de Saúde, à ministra da Saúde, Marta Temido, e à Administração Regional de Saúde do Alentejo. Neste momento aguardam respostas, mas o sentimento é de grande apreensão, revela Dinis Silva, da Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano, ao AbrilAbril. A Unidade de Convalescença do Litoral Alentejano (UCLA), integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, estava a ser gerida pela Administração Regional de Saúde do Alentejo e o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém (Setúbal), cedia-lhe o espaço. Dinis Silva defende que este serviço é essencial para o tratamento e recuperação dos utentes que a ela recorrem, mas que agora serão obrigados a recorrer a outras unidades, longe das suas residências e famílias. «Os utentes servidos por esta instituição recusam ver delapidados serviços essenciais a uma população com características geodemográficas particulares», lê-se numa nota da coordenadora das comissões de utentes, que ao mesmo tempo condena o encerramento num momento caracterizado pela conquista e reposição de direitos. As comissões defendem que cabe ao Governo, e em particular ao Ministério da Saúde, travar este processo e reconhecer o «défice crónico» de pessoal, contratando profissionais de saúde em número suficiente para «colmatar a grave carência». Segundo dados da tutela, entre 2011 e 2018, a UCLA acolheu utentes entre os 18 e os 64 anos, 80% deles com dependência parcial. Os resultados obtidos permitiram que 90% destes utentes tivessem saído da unidade funcionalmente independentes. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entre as críticas elencadas está o incumprimento da lei, por parte do Governo, no que toca à colocação de ambulância de Suporte Imediato de Vida no serviço de urgência do Centro de Saúde de Alcácer do Sal, o que dizem ser inaceitável. Simultaneamente, condenam o elevado tempo de espera das consultas da especialidade e cirurgias no Hospital do Litoral Alentejano, de que é exemplo a especialidade de Otorrinolaringologia, onde os utentes aguardam cerca de 420 dias por uma consulta. A espera está relacionada com a falta de profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e médicos, situação que os utentes esperam ver colmatada. A par da existência de um médico pediatra 24 horas por dia no serviço de urgência do hospital, utentes e autarcas exigem, entre outros aspectos, a reabertura das extensões de saúde nas localidades de Barrancão e Montevil, a existência de um médico nas diversas extensões de saúde, no mínimo uma vez por semana, e a atribuição de médico e enfermeiro de família a todos os utentes. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Local|
Saúde de Alcácer do Sal em estado «grave»
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Encerrou a Unidade de Convalescença do Hospital do Litoral Alentejano
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A reabertura do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) no Centro de Saúde de Grândola é outra das reivindicações, a que se associa a construção da extensão de saúde de Melides, não existindo ainda calendário para o início da sua construção.
Utentes e autarcas reclamam o reforço de profissionais de saúde, salientando que são precisos mais 100 enfermeiros na Unidade Local de Saúde do Hospital do Litoral Alentejano. Por outro lado, admitem que «não é aceitável» que os profissionais com contrato individual de trabalho não tenham os mesmos direitos de outros com contrato de trabalho em regime de funções públicas.
A atribuição de médico e enfermeiro de família a todos os utentes e a redução do número de pacientes por cada médico de família, de 1900 para 1500, são outras das medidas exigidas por utentes e autarcas, que rejeitam a transferência de competências do Governo, pedindo assim o fim da municipalização dos serviços públicos.
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