Depois de vários anos de luta das populações contra o desmantelamento do Hospital Geral dos Covões e o crescente desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS), que a pandemia veio aclarar, o serviço de urgência daquela unidade reabriu no período nocturno, no dia 23 de Março do ano passado.
A expectativa de utentes e profissionais de saúde era que assim continuasse, mas o conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) deliberou sobre o regresso do horário de atendimento ao modelo que vigorava desde 2012, ou seja, entre as 9h e as 22h, «por força do decréscimo da patologia respiratória», só admitindo reverter a decisão «em função de eventual evolução desfavorável» da Covid-19.
Desde o início do surto do novo coronavírus que aquela unidade funcionava como hospital de referência para o tratamento dos doentes infectados, aliviando a sobrecarga dos serviços no Hospital Universitário de Coimbra.
Na quinta-feira, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN) já antecipava o encerramento nocturno do Serviço de Urgência e da unidade de cuidados intensivos, considerando tratar-se de mais um ataque para o desmantelamento do Hospital dos Covões.
«À boleia das sinergias da fusão dos hospitais, da dita reestruturação da rede de referenciação de diversas especialidades médicas, da economia de escala e o que mais lhes interessa, para o ataque e descaracterização do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Hospital Geral dos Covões é o alvo a abater», denunciou, através de comunicado.
O sindicato insistia que o Hospital dos Covões «não pode perder mais serviços» e que o «combate à falta de investimento nos serviços públicos de saúde deve nortear a acção de luta» daqueles profissionais.
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