Na sequência de um plenário realizado esta terça-feira, a União Solidária dos Trabalhadores de Distribuição de Embalagens afirmou que os seus cerca de 2100 filiados iam fazer greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira, refere a agência Yonhap.
O sindicato quer a implementação total do acordo alcançado em Janeiro com o governo e as empresas de logística, em virtude do qual as empresas se comprometeram a contratar mais trabalhadores para classificar e etiquetar os volumes.
Os dirigentes sindicais afirmaram que as negociações fracassaram depois de a associação da área dos serviços de entrega não ter participado na reunião realizada esta terça-feira e porque as empresas continuaram a exigir o adiamento, por um ano, da implementação do acordo.
Desde segunda-feira passada, os trabalhadores da distribuição recusaram-se a classificar as embalagens e atrasaram o início da jornada laboral por duas horas, apresentando-se ao serviço às 9h e começando a trabalhar às 11h, de modo a entregarem apenas os artigos que já haviam sido etiquetados.
Os trabalhadores denunciam o facto de a etiquetagem antes da entrega não ser paga, bem como o excesso de trabalho e as longas jornadas laborais.
Para manifestarem a sua determinação e exigirem melhorias nas suas condições laborais, trabalhadores da distribuição filiados na Confederação Sul-coreana de Sindicatos (KCTU, na sigla em inglês) realizaram um protesto em Seul, ontem de manhã, indica a Yonhap.
Turnos longos, exaustão e pouco dinheiro
O acordo alcançado em Janeiro, que as empresas não estão a querer levar à prática, teve lugar depois de 16 distribuidores terem morrido só o ano passado, de acordo com a contagem dos sindicatos, que denunciam turnos de 12 horas, seis dias de trabalho por semana e o baixo pagamento por cada entrega efectuada.
Alguns distribuidores chegaram a trabalhar 21 horas num dia, houve mortes por exaustão, com ataques cardíacos, num período – o da pandemia – em que os serviços das empresas do sector registaram grande procura, divulgou então a imprensa.
Segundo o convénio acordado este ano, as empresas líderes na área da logística decidiram assumir a responsabilidade de etiquetar e classificar as embalagens contratando mais funcionários para o efeito, pagando o trabalho extra e também promovendo a automatização do trabalho.
Os distribuidores exigem ainda trabalhar cinco dias por semana, a diminuição da carga laboral e aumentos salariais.
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