Os trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit, que no último mês têm permanecido em luta contra o despedimento colectivo à porta da fábrica, em Santa Iria de Azóia (Loures), e já se manifestaram junto ao Ministério da Economia, defendem que a intenção de encerrar a empresa é «inaceitável» e que o silêncio do Governo é «insustentável».
A estrutura sindical questiona-se sobre se o primeiro-ministro «vai seguir a mesma estratégia que usou» para o encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos, ou seja, «complacente com a estratégia de encerramento da empresa, para depois lhe "dar uma lição", no caso de haver campanha eleitoral pelo caminho».
Por isso, no próximo sábado os trabalhadores vão deslocar-se do Largo de Santos até à residência oficial do primeiro-ministro, onde contam ser recebidos pelas 11h, ao mesmo tempo que exigem que, na reunião agendada para segunda-feira, os ministérios da Economia e do Trabalho assumam as suas responsabilidades, «em tempo útil», e «impeçam este atentado económico e social».
Segundo afirma a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN), num comunicado divulgado hoje, «a necessidade e possibilidade de reverter» a intenção da empresa, privatizada em 1991 por Cavaco Silva, «continua em cima da mesa» das negociações.
A Feviccom denuncia que, ao mesmo tempo que pretende encerrar a produção, a Saint-Gobain Sekurit «quer manter o monopólio da comercialização» do vidro automóvel em Portugal. «Quer ficar com o negócio e com os lucros e passar a factura dos prejuízos para os trabalhadores e a economia nacional», critica.
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