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PSP debate-se com vários problemas

O Governo, face à falta de candidatos aos concursos de admissão à PSP, anunciou a alteração da idade dos concorrentes, dos 19 para os 18 anos, a idade mínima, e dos 27 para os 30, a idade máxima.

«O que nós queremos é que seja cumprido exactamente aquilo que está previsto no OE para 2018, não queremos mais nada», frisa Paulo Rodrigues
CréditosFlickr

Com esta medida, que parece não ser consensual, o ministro da Administração Interna (MAI) pretende fazer face ao envelhecimento do dispositivo da Polícia de Segurança Pública.

Entretanto, o PCP considera que «não é alargando o leque de idades dos potenciais candidatos que se resolve um problema cuja raiz está na falta de atractividade das condições oferecidas». Em comunicado, os comunistas alertam para o facto de a admissão de candidatos com 30 anos de idade colocar, para além do tempo útil de condições físicas para o serviço operacional, «todo um vasto conjunto de problemas».

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«Saturados», polícias admitem aumentar protestos

A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) admite endurecer as medidas de protesto caso os principais problemas internos que afectam os polícias continuem por resolver.

Os polícias queixam-se do não cumprimento do Estatuto Profissional e da falta de resposta do Governo
CréditosManuel de Almeida / Agência Lusa

«Vamos dar uma margem de tempo para que o director nacional possa interpretar a carta que foi enviada, dar algum tempo para que alguns dos problemas sejam resolvidos. Porque se tal não acontecer, a ASPP vai ter que dar um sinal de dureza naquilo que é a luta que tem que encetar», disse esta quinta-feira aos jornalistas o presidente da ASPP, Paulo Santos.

Para assinalar os 33 anos da manifestação conhecida como «secos e molhados», a ASPP realizou ao fim da tarde de ontem uma concentração em frente à direcção nacional da Polícia de Segurança Polícia, em Lisboa, para reclamar da forma como o director nacional, Magina da Silva, tem gerido os destinos da instituição.

Durante o protesto, uma delegação da ASPP foi recebida pelo chefe de gabinete de Magina da Silva, depois de terem enviado na segunda-feira uma carta ao director nacional, na qual apontam a sua «incapacidade para acautelar os interesses dos polícias».

Na missiva, os polícias exemplificam com a «constante ausência de respostas aos pedidos formulados», a «desastrada política de transferências», a «errada política de gestão de concursos», o «contínuo e doentio atraso no pagamento de serviços remunerados» e a «errada e prejudicial interpretação sobre pré-aposentação».

No final do encontro com o chefe de gabinete de Magina da Silva, o presidente do maior sindicato da PSP afirmou que a reunião não resultou em nada, tendo apenas surgido «um compromisso muito leviano» sobre o atraso do pagamento dos serviços remunerados.

«Sobre problemas elencados na carta enviada ao director nacional não houve qualquer resposta, apenas a comunicação que a missiva foi lida pelo director nacional», disse, frisando que o objectivo da concentração não era uma reunião com o director nacional, mas sim apelar a que «os problemas que afectam os polícias» e que são motivados pela direcção nacional da PSP sejam «superados e resolvidos».

Paulo Santos apontou como principais problemas os serviços remunerados por pagar, existindo polícias com mais de três mil euros por pagar, agentes a trabalhar isolados nas esquadras e que não recebem qualquer tipo de resposta aos requerimentos apresentados na direção nacional.

«Há um conjunto de políticas ao nível da gestão do efectivo, dos concursos, da mobilidade e problemas internos ao nível das graduações que não são iguais para todos, problemas muito específicos que são identificados e nunca tivemos respostas», avançou.

Paulo Santos considerou também que 33 anos depois dos secos e molhados «há efectivamente em termos formais um incumprimento da lei sindical» por parte da direcção nacional.

«Os polícias estão saturados, estão com trabalho extraordinário, estão com as folgas cortadas constantemente. Temos que perceber que a PSP necessita de profissionais motivados, profissionais que tenham o descanso necessário, profissionais que sejam respeitados na sua condição policial, e isso não está a acontecer», frisou ainda.


Com agência Lusa

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Trata-se, na óptica do PCP, de procurar «responder aos problemas da instituição de forma imediatista sem medir os impactos futuros das decisões», sublinhando que a raiz da questão está no arrastar da resolução   de muitos problemas, nomeadamente a adopção de uma tabela remuneratória justa, um subsídio de risco adequado do risco da profissão ou o desrespeito pelo Estatuto profissional no que respeita à passagem à pré-aposentação.

No entanto, os problemas na PSP não se ficam pelas dificuldades de recrutamento. A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) tem lançado um conjunto de críticas, chamando a atenção para o facto de haver polícias que «esperam e desesperam» pelas suas promoções, sem qualquer informação sobre as razões do atraso. A propósito, lembram que em 2021, as promoções foram feitas apenas no final de Junho para evitar a «incidência do subsídio de férias no novo posto».

A ASPP denuncia ainda, por um lado, que aos polícias apenas lhes é «permitido adquirir fardamento na plataforma oficial da PSP», plataforma que regista «falta de fardamento, demora nas entregas» e «falta de qualidade» de muito material fornecido. Por outro, que os serviços remunerados realizados entre Janeiro e Março deste ano e alguns relativos ao final do ano passado aguardam pelo despacho do MAI que autorize o respectivo pagamento.

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