Numa primeira fase, estes trabalhadores não regularizados que trabalham num centro de acolhimento de urgência em Bagnolet (departamento de Seine-Saint-Denis, arredores de Paris) conseguiram que a entidade patronal lhes pagasse uma parte dos cinco meses de salários que lhes eram devidos – desde Março que não auferiam qualquer remuneração.
Este passo, concretizado no início deste mês, foi bem recebido pelos dez trabalhadores em greve – sete faziam-na desde 20 de Julho e três juntaram-se mais tarde –, mas foi considerado insuficiente, e, nesse sentido, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) convocou uma concentração para dia 8 frente à sede da Coallia, a empresa que gere o centro.
Os trabalhadores exigiam o pagamento total dos cinco meses de salários em atraso, o seu reconhecimento como funcionários pela empresa, novos contratos e os documentos necessários à sua regularização em França.
A concentração agendada pela CGT acabou por não se realizar, uma vez que, no dia 5, o grosso das suas reivindicações foi atendido. Deste modo, os trabalhadores levantaram o piquete de greve, que contou com apoio activo da CGT e do Partido Comunista Francês (PCF).
Durante a greve, vários sindicalistas e eleitos, como Stéphane Peu e Soumya Bourouaha (ambos do PCF), estiveram com os trabalhadores, manifestando-lhes o seu apoio e solidariedade.
Em Março de 2020, o Hotel Ibis em Bagnolet foi requisitado pelo governo francês, no âmbito da crise sanitária. Foi e é gerido pela empresa Coallia, que subcontratou os trabalhadores à Gaba Global Service International.
Em comunicado emitido dia 6, a CGT sublinha que a «luta compensa» e lembra que os trabalhadores em luta no centro de emergência eram trabalhadores da «linha da frente», que contribuíram para a manutenção, a recepção e a gestão daquele espaço, que acolheu 800 pessoas.
«Sem protecção contra a Covid, sem acesso prioritário às vacinas, desempenharam uma função social importante junto de uma população precária, numa instalação pública», lê-se no texto.
«É uma vitória importante, que marca uma etapa decisiva no percurso dos trabalhadores para sair da invisibilidade e de uma vulnerabilidade que patrões desonestos não hesitam em explorar», afirma a CGT no comunicado.
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