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Upfield: a força laboral quebrou a obstinação dos patrões

Ao primeiro de três dias de greve, a administração da Upfield cedeu às exigências dos trabalhadores, pondo fim ao conflito laboral. Acordo prevê um aumento de 80 euros e a gratuitidade das refeições na empresa.

Créditos / SITE CSRA

Depois de ter sido formalizada, pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE-CSRA/CGTP-IN) a convocação da greve, aprovada pelos trabalhadores, para dias 28 de Fevereiro e 1 e 2 de Março, «foi alcançado um acordo salarial com os representantes patronais na Upfield».

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Upfield reprime greve com despedimento colectivo

As relações da empresa com os representantes dos trabalhadores tem vindo a degradar-se desde que, há cerca de três anos, foi adquirida à Unilever/Jerónimo Martins por um grupo financeiro norte-americano.

Créditos / SITE CSRA

Na falta de resposta da Upfield à sua proposta reivindicativa – um aumento do salário de 30 euros mensais e o respeito pelos direitos –, os trabalhadores decidiram, em plenários, marcar duas horas de greve por turno, que cumpriram esta semana.

Mas a empresa da indústria alimentar, com fábrica em Santa Iria de Azóia, agravou ainda o conflito e a relação com os trabalhadores ao comunicar, logo nos dias seguintes à publicitação do pré-aviso de greve, a intenção de fazer um despedimento colectivo de 19 trabalhadores, entre os quais um membro da comissão de trabalhadores e os três representantes para a Saúde e Segurança no Local de Trabalho.

Em nota, o Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente, do Centro Sul e das Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP-IN) afirma que os trabalhadores já deram resposta à atitude patronal, uma vez que, na concentração que realizaram esta quarta-feira deixaram claro que vão lutar pelos seus postos de trabalho.

Para além disso, agendaram uma acção de luta em defesa dos seus direitos para o dia 15 de Julho e marcaram para o dia 19 de Julho uma greve de 24 horas, contra a intenção de despedimento colectivo, por aumentos salariais, pela valorização das carreiras e pelo respeito e manutenção dos direitos dos trabalhadores.

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Fima-Olá impede realização de plenários. Trabalhadores respondem com greve

Os trabalhadores da Fima-Olá cumprem uma greve de 24 horas e marcaram concentração na portaria da fábrica em protesto contra o ilegal impedimento de realizarem plenários dentro da empresa.

Créditos / Fiequimetal

A concentração contra a atitude «intransigente» da administração foi agendada para o início da tarde, no largo fronteiriço à portaria da fábrica, em Santa Iria de Azóia, no concelho de Loures.

O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP-IN) denuncia num comunicado que, «apesar de já ter sido multada duas vezes pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT)», a administração da Fima-Olá continua a impedir a realização de plenários.

«No resultado de duas acções inspectivas, feitas a pedido do sindicato, a ACT procedeu ao levantamento de auto de notícia por motivo de infracção (muito grave), respeitante a proibição de reunião de trabalhadores no local de trabalho, reconhecendo à Comissão Sindical o direito à sua marcação», lê-se no texto.

Além de repudiar o comportamento por parte da empresa, a greve de 24 horas visa possibilitar a participação dos trabalhadores na concentração-plenário com vista a analisarem os problemas inscritos no pré-aviso de greve e tomarem medidas para a defesa dos seus direitos. A venda do negócio de margarinas e cremes vegetais à Upfield e a proposta reivindicativa para 2019 são alguns dos temas «em cima da mesa».

O sindicato recorda que a redenominação do negócio de margarinas da multinacional Unilever (e da Unilever Jerónimo Martins) para Upfield foi feita no Verão passado, quando ficou concluída a venda à sociedade gestora de fundos KKR, sediada nos EUA.

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As relações com os representantes dos trabalhadores têm vindo a degradar-se desde que esta foi adquirida à Unilever/Jerónimo Martins, há cerca de três anos, por um grupo financeiro norte americano (KKR) que, inclusivamente, já teve os trabalhadores com salários em atraso.

No ano passado, já em plena pandemia, a gestão desta fábrica comunicou aos trabalhadores que estes desempenhavam uma actividade essencial e que não podiam parar. A fábrica nunca suspendeu a actividade, antes pelo contrário, os ritmos de trabalho durante esse ano intensificaram-se, com maior carga horária, mais desregulação de horários e maiores ritmos de trabalho.

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A ameaça de uma greve de três dias levou a Upfield, empresa de alimentos à base de plantas, a reabrir, rapidamente, o processo negocial, agendando uma reunião para dia 28 de Fevereiro. Sendo o primeiro dos três dias de greve, os trabalhadores, em mostra de boa vontade, decidiram suspender a acção de luta nesse dia.

A posição dos trabalhadores da Upfielf, no entanto, mantinha-se intrasigente: «nos plenários, os trabalhadores mostraram unidade e mantiveram a posição expressa na resolução de 10 de Fevereiro: dar continuidade à greve nos restantes horários, caso não existissem avanços nas negociações (a proposta da empresa para aumento salarial era  de apenas 40 euros)».

Não foi preciso escalar a contestação: «o acordo foi fechado no próprio dia 28, prevendo um aumento salarial de 80 euros, valor a que acresce a gratuitidade da refeição no refeitório (cerca de 13 ou 14 euros por mês)». Um desfecho para o qual «a organização e a unidade dos trabalhadores foram factores determinantes».

«É importante que os trabalhadores continuem a reforçar as suas organizações representativas, para consolidarem a capacidade de melhorar as suas condições de vida e de trabalho», defende o SITE CSRA, «saudando todos os trabalhadores da Upfield pela sua luta» e pelas suas conquistas.

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