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Bloqueio israelita a Gaza ameaça a vida de milhares de pacientes com cancro

A falta de medicamentos, devido ao bloqueio israelita, põe em risco a vida de mais de 9000 pacientes oncológicos no enclave costeiro, alertaram as autoridades de saúde na Faixa de Gaza.

Pacientes com cancro participam num protesto, na Faixa de Gaza, exigindo a Israel que autorize a sua saída do território para que possam receber tratamento 
CréditosMohammed Asad / Middle East Monitor

Numa conferência de imprensa no Hospital da Amizade Turco-Palestiniana, Ashraf al-Qidra, representante do Ministério da Saúde no território cercado, alertou para «graves consequências» da falta de medicamentos essenciais aos doentes com cancro.

«O cerco imposto a Gaza há 17 anos provocou a morte de dezenas de pacientes, por falta de medicamentos e equipamento médico», disse al-Qidra, citado pela agência Tasnim.

Acrescentou que «cerca de 40% do total de pessoas doentes com cancro não têm autorização para viajar e receber tratamento fora da Faixa de Gaza cercada».

Por seu lado, o director do Hospital de Gaza, Sobhi Skaik, disse que «há mais de 9000 pessoas doentes com cancro em Gaza» e que as mortes por cancro representam 12,5% do total de mortes no enclave costeiro cercado, onde vivem mais de dois milhões de pessoas.

«Isto é demasiado», afirmou, ao mesmo tempo que destacou «a falta de radioterapia para pacientes com cancro em Gaza, a falta de capacidade para tratamento diagnóstico e terapêutico, e a falta de alguns exames médicos importantes, necessários ao diagnóstico» da doença.

Pedindo à comunidade internacional que intervenha, Shaik instou-a «a salvar as vidas dos pacientes oncológicos e a providenciar-lhes os tratamentos e serviços que merecem».

Na mesma ocasião, o director-geral de Farmácia do Ministério da Saúde, Ashraf Abu Mahadi, disse que, nos últimos seis meses, cerca de 45% dos medicamentos necessários aos pacientes oncológicos não estiveram disponíveis.

«Mais de metade dos pacientes oncológicos não recebeu, nesse período, o tratamento necessário, o que aumenta o sofrimento físico e psicológico», frisou, acrescentando que todo o sistema de saúde, no território, está sob uma enorme pressão devido ao bloqueio israelita.

Além de impedir a entrada de medicamentos necessários aos pacientes na Faixa de Gaza, Israel impede ainda os pacientes no território de saírem para receber tratamento.

De acordo com um relatório publicado em Abril pela organização israelita de defesa dos direitos humanos B’Tselem, as autoridades israelitas recusaram mais de 20 mil pedidos de saída do território para tratamento em 2022. 

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