Uma mulher de 35 anos faleceu, na terça-feira à tarde, na sequência de um acidente com um tractor, quando apanhava maçãs em Goiburu (Aduna, Guipúscoa).
Segundo revela o portal gedar.eus, a viatura retrocedeu e embateu numa árvore, deixando a trabalhadora presa. Quando os serviços de emergência chegaram ao local, já estava morta.
A este propósito, o LAB lembra que o sector primário é aquele onde se verifica a maior taxa de sinistralidade mortal e denuncia a falta de garantias de segurança e saúde laboral para os trabalhadores que, sazonalmente, se empregam no sector.
«Realçamos que nem o patronato, nem a administração tomam as medidas necessárias e que estas carências provocam acidentes laborais», lê-se no texto, onde se destaca os riscos acrescidos que enfrentam os trabalhadores sazonais, devido ao «desconhecimento do meio, da maquinaria e às vezes do próprio processo».
Diversas organizações sindicais promoveram uma concentração, esta quinta-feira, junto à fábrica onde, na semana passada, um trabalhador de 33 anos perdeu a vida, apanhado por uma máquina. Numa nota divulgada no seu portal, o sindicato LAB sublinha que, em 2014, também ocorreu um acidente laboral mortal na mesma fábrica e que, em ambos os casos, os trabalhadores, apanhados por máquinas, eram subcontratados. Neste sentido, denuncia que as verdadeiras causas destes acidentes são «a ganância e a irresponsabilidade de uns quantos». O acidente que vitimou o trabalhador na Talleres Aratz, em Gasteiz, foi o quarto sinistro laboral mortal no País Basco no espaço de uma semana. No domingo anterior, um trabalhador de 61 anos perdeu a vida em Erandio (Biscaia), num acidente ocorrido numa empresa de distribuição de pão. Na segunda-feira, um trabalhador da construção civil faleceu em Arrasate (Guipúscoa), quando trabalhava numa obra; na terça-feira, um condutor de uma empresa de transportes perdeu a vida num acidente grave em Erribera (Navarra). De acordo com os dados recolhidos pelo LAB, desde 2008, mil pessoas perderam a vida no trabalho no País Basco, facto que a organização sindical classifica como «absolutamente inadmissível». Pelo facto, responsabiliza as empresas e as instituições dos diversos níveis da administração, «que continuam a olhar para o lado face a um problema social e laboral tão grave como são os acidentes de trabalho mortais». Neste sentido, aponta o dedo ao governo Urkullu, «que conta com competências para fazer cumprir a norma da saúde laboral». «O facto de não atribuir recursos para a fiscalização do cumprimento representa "via livre" para o patronato», que «sabe que não será sancionado se não cumprir a lei». Para o LAB, trata-se de uma decisão política. «No patronato não se toca», denuncia. Por isso, exige medidas eficazes e sanções para quem põe em risco a vida dos trabalhadores, e pergunta até quando vai ser preciso ver «como os nossos colegas perdem a vida por causa da ganância e da irresponsabilidade de uns quantos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
Sindicatos bascos concentram-se em Gasteiz contra a sinistralidade laboral
Mil mortos em acidentes de trabalho desde 2008
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Neste sentido, o LAB pede ao Osalan – Instituto Basco de Prevenção e Saúde no Trabalho e à Inspecção do Trabalho que realizem um planeamento específico para estes trabalhadores, no âmbito do qual lhes seja dada formação, entre outras medidas preventivas, a cargo do patronato.
Também ontem, faleceu, em Amurrio (Álava), um educador substituto do Consorcio Haurreskolak (entidade pública que gere as escolas públicas infantis da Comunidade Autónoma Basca), quando regressava a casa do trabalho.
A este propósito, o LAB sublinha a necessidade de medidas e propostas imediatas com vista a diminuir o grande número de deslocações a que os trabalhadores do consórcio se vêem obrigados.
De acordo com o sindicato, com estes dois casos, pelo menos 38 trabalhadores morreram em acidentes laborais no País Basco em 2023.
Por isso, em conjunto com outras organizações sindicais, o LAB vai promover concentrações, amanhã, em Aduna e em Eibar, frente à sede do Consorcio Haurreskolak.
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