Maria Alda Nogueira é mais que um nome. É parte inapagável da história da resistência contra o fascismo. Mulher, comunista e revolucionária, Maria Alda Nogueira deu a vida pela libertação do povo e dos trabalhadores. É figura ímpar, foi a mulher portuguesa que mais tempo seguido esteve encarcerada como presa política no mesmo estabelecimento prisional.
Nascida em Lisboa a 19 de Março de 1923 em Alcântara, Maria Alda Nogueira era filha de pais operários, mãe costureira e pai serralheiro mecânico. A sua origem de classe e percurso de vida levam-na a tornar-se membro do PCP em 1942, iniciando a sua militância aos 18 anos na Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas.
Entre 1945 e 1947 participa no Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, organizando delegações no Algarve e no Porto. Em 1949 passou a funcionária do PCP, entrando na clandestinidade nesse mesmo ano. Em 1957, no V Congresso do Partido é eleita membro suplente do Comité Central e entre 1957 e 1959 foi membro da Direcção da Organização Regional de Lisboa, tendo papel destacado na candidatura de Arlindo Vicente à Presidência da República.
O percurso ímpar de Maria Alda Nogueira levou ainda a que fosse deputada à Assembleia Constituinte em 1975 e à Assembleia da República entre 1976 e 1987. Durante estes anos foi membro do Conselho Directivo da União Interparlamentar da Assembleia da República
e presidente da Comissão Parlamentar da Condição Feminina.
Foi ainda dirigente do Movimento Democrático de Mulheres (MDM) e em 1987 recebeu a Distinção de Honra do MDM. Em 1989 foi condecorada com o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade.
Este é um breve resumo de uma vida que merece ser destacada. Quem o fará será o MDM em parceria com o Museu do Aljube, que visa evocar o centenário de Maria Alda Nogueira. A iniciativa, com o lema «Maria Alda Nogueira - Uma vida de luta pelos direitos da Mulher, pela Liberdade e pela Paz», enquadra-se no ciclo de conversas intitulado «Mulheres de Abril na Resistência ao Fascismo» e será realizada no dia 29 de Novembro, às 17 horas, no auditório do Museu do Aljube.
A conversa contará com a presença de Maria Fernanda Mateus, dirigente do PCP; Maria José Gomes, membro do MDM, desde 1973; Fátima Amaral representante do MDM no Conselho Consultivo do Museu do Aljube; e ainda a participação especial da actriz e encenadora Isabel Medina.
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